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Antiga espécie humana consumia crianças, dizem cientistas

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A descoberta de uma ossada no sítio arqueológico de Gran Dolina, situado na Serra de Atapuerca, Espanha, revelou que o Homo antecessor, uma espécie humana que habitava a Terra há mais de 850 mil anos, praticava o canibalismo com suas crianças.

Pesquisadores do Catalan Institute for Human Palaeoecology and Social Evolution (IPHES), que lideraram a escavação, encontraram uma vértebra cervical humana com marcas de corte precisas, indicativas de decapitação intencional.

Os restos mortais, no total dez, foram todos atribuídos à espécie Homo antecessor. A evidência de canibalismo se baseia em marcas semelhantes às feitas para retirar carne de animais consumidos por esses humanos.

“Este caso chama atenção não só pela idade da criança, mas também pela exatidão dos cortes. A vértebra tem incisões claras em locais anatômicos cruciais para a separação da cabeça. Isto mostra que a criança foi tratada como qualquer outra presa,” destaca Palmira Saladié, pesquisadora do IPHES-CERCA e codiretora da escavação.

Há trinta anos, no mesmo local, foi encontrado o primeiro registro mundial de canibalismo entre humanos antigos.

Palmira Saladié explica que o comportamento era habitual: “O que vemos agora é a repetição desse tratamento, mostrando que o manejo dos corpos não era algo isolado, mas sim comum.”

Essas descobertas fortalecem a teoria científica de que o canibalismo entre os primeiros humanos era uma prática comum, tanto para alimentação quanto controle territorial.

Palmira Saladié conclui: “Anualmente, novas evidências nos fazem repensar a vida, a morte e as práticas funerárias desses antigos humanos que viveram há quase um milhão de anos.”

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