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Dólar sobe a R$ 5,56 com alerta sobre tarifa de 50% dos EUA ao Brasil

Ao contrário do pregão desta quinta-feira (24), o câmbio se destaca negativamente hoje, com o dólar à vista atingindo R$ 5,56 nesta sexta-feira (25). A falta de sinais de diálogo entre Brasil e Estados Unidos para evitar a imposição de tarifas de 50% a partir do dia 1º de agosto, que ocorre em uma semana, afeta a moeda brasileira, enquanto a moeda americana ganha força no mercado global.
O governo Trump está avaliando fundamentos legais para justificar essa alta tarifa, conforme reportagens internacionais indicam. Em contrapartida, a administração do presidente Lula já estuda mais de 30 alternativas para um plano de ação emergencial, segundo informações da Broadcast. Dados recentes do comércio exterior e de inflação medida pelo IPCA-15, piores do que o previsto, também contribuem para a pressão, embora em menor grau.
Com uma mínima de R$ 5,5215 pela manhã e máxima de R$ 5,5741 no início da tarde, o dólar à vista encerrou o dia com alta de 0,76%, alcançando R$ 5,5619. O volume de negociações permaneceu baixo. Considerando a semana, a moeda americana caiu 0,46%, mas no mês acumula alta de 2,35%. No total de 2025, contudo, o dólar ainda apresenta queda de 10% em relação ao real.
O dia foi marcado pelo fortalecimento do dólar perante tanto moedas de economias emergentes quanto as de economias desenvolvidas, destaca o chefe de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt.
O índice DXY, que avalia o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, avançava 0,32%, aos 97,688 pontos por volta das 17h10. “Há expectativa positiva por possíveis acordos comerciais dos EUA com outras nações, principalmente com a União Europeia”, comenta o especialista em investimentos da Nomad, Bruno Shahini, porém ressalta que a indefinição envolvendo o Brasil persiste.
O pico do dólar ocorreu momentos após a divulgação pela Bloomberg de que a administração Trump está preparando uma nova declaração de emergência que servirá para fundamentar a aplicação da tarifa de 50% sobre importações brasileiras. “Não está claro qual seria a base legal, já que os EUA apresentam superávit comercial com o Brasil, mas essa notícia certamente complica a situação”, observa Weigt, do Travelex Bank.
Atualmente, o comércio exterior dos Estados Unidos aplica uma tarifa de 10% sobre produtos do Brasil. Para que a alíquota seja elevada a 50%, é necessária uma ordem executiva presidencial. “Aparentemente, essa ordem está em fase de elaboração”, revelou uma fonte à EstadãoBroadcast.

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