Centro-Oeste
Veja imagens inéditas do interior do famoso avião em Taguatinga

A enorme estrutura de um Boeing 767-200 da extinta empresa aérea Transbrasil chama atenção de quem passa pela Avenida Elmo Serejo. Pichada e vandalizada, a aeronave está em um terreno baldio há 11 anos, próximo ao Parque Ecológico Saburo Onoyama, em Taguatinga.
A intenção dos empresários Almir Lopes, Charles Maryoshi e João Batista de Souza, que adquiriram o avião e o instalaram no local em 2014, era convertê-lo em um restaurante, porém o projeto nunca saiu do papel.
Na última semana, um grupo de ciclistas entrou no avião abandonado e registrou um vídeo divulgado nas redes sociais. Nas imagens inéditas, é possível observar destroços dentro do avião, cuja estrutura preservada é bastante limitada.
O Metrópoles visitou o local e constatou que o avião está completamente deteriorado, enferrujado e vandalizado. Externamente, é possível ver seu interior através de buracos. Há muito entulho e fios desencapados no interior.
Sem turbinas e trem de pouso, que foram removidos, o avião está sustentado por 12 estacas de aço nas margens da pista, por onde passam cerca de 200 mil pessoas diariamente.
As inscrições em inglês originais na fuselagem foram substituídas por pichações. O acesso interno é dificultado pela ausência de escadas, e algumas janelas, como a da cabine do piloto, estão quebradas. Quando ventos fortes sopram, o som das chapas de aço das asas é audível. Durante a visita, também foram avistadas corujas no local.
Nas proximidades da sucata do avião funcionam uma floricultura e uma loja de açaí. Um funcionário da loja de plantas informou que o acesso ao avião é permitido e muitos visitantes curiosos frequentam o local. “Muitas famílias vêm aqui, principalmente pais com seus filhos que querem mostrar o avião”, relatou.
Esse avião de 82 toneladas foi originalmente da Transbrasil, companhia que fechou suas operações em 2001. Em 2013, a aeronave foi vendida por aproximadamente R$ 100 mil pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que leiloou três aviões da empresa que estavam abandonados em aeroportos do país, incluindo Brasília. Os aviões foram vendidos inteiros ou como sucata, a preços a partir de R$ 1,75 por quilo.
Em 3 de julho de 2014, técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) removeram peças contendo material radioativo da sucata da aeronave. Foram retiradas duas peças com amerício-241, usadas para medir a densidade do combustível, instaladas nas asas do avião. Apesar disso, a Cnen afirmou que o material possuía baixa radioatividade e oferecia baixo risco.
O restaurante planejado chegou a ter datas de inauguração previstas para o primeiro semestre de 2016 e início de 2017, mas nunca foi aberto, e não há registros de alvará junto à Administração Regional de Taguatinga.
A estrutura passou por reformas, mas o empreendimento não avançou devido a uma crise financeira que afetou os sócios.
Atualmente, o empresário Charles Maryoshi, dono do Grupo Kireibara e proprietário do terreno onde o avião está instalado, é o único responsável pelo projeto. Segundo Charles, os outros sócios, João Batista de Souza e Almir Lopes, teriam deixado a sociedade mas podem continuar como inquilinos futuramente.
O futuro do avião convertido em restaurante ainda é incerto, mas o empresário revelou que há um plano a ser divulgado em breve.

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