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Justiça bloqueia mansão de R$ 30 milhões de empresário

A Justiça de São Paulo ordenou a penhora de imóveis de luxo, incluindo uma mansão, pertencentes a sócios e diretores de uma empresa no setor de energia renovável que causou prejuízo de cerca de R$ 600 milhões aos investidores do mercado financeiro. Entre os bens bloqueados está uma mansão avaliada em R$ 30 milhões.
Foi comprovado judicialmente que os sócios e diretores da 2W Energia, atualmente chamada 2W Ecobank, transferiram imóveis para empresas e familiares na tentativa de proteger seus bens, que serviam como garantia da dívida com os investidores. A decisão judicial foi proferida em 25 de julho.
Considerando dados cartoriais obtidos pelo Metrópoles, o valor total dos imóveis penhorados alcança R$ 15,5 milhões. Porém, há ainda uma mansão avaliada em R$ 40 milhões e apartamentos adquiridos há mais de uma década, podendo elevar essa soma para R$ 45 milhões.
A 2W Energia entrou em recuperação judicial em abril, registrada com uma dívida de R$ 2,3 bilhões. A empresa recebeu investimentos de bancos e também do fundo Wave, administrado pelo banco Credit Suisse, que são seus maiores credores. Somente os investidores enfrentaram perdas na ordem de R$ 600 milhões.
A empresa está no centro de um conflito emergente entre os investidores e o Credit Suisse, que estruturou o fundo de investimentos atrelado à 2W Energia. Investidores acusam o banco de conflito de interesses ao estruturar e comercializar os papéis. Avalia-se a possibilidade de responsabilizações criminais contra empresários e outros envolvidos.
Os empresários alvo da penhora são Ricardo Delneri, Claudio Ribeiro da Silva Neto e Mauricio Jose Palmieri Orlandi. A execução foi movida pela empresa representando investidores que adquiriram debêntures emitidas pela 2W. Ricardo Delneri é o principal alvo, pois detém quase 90% da empresa e é seu maior garantidor.
Entre os bens penhorados destaca-se a mansão de mil metros quadrados de Delneri, adquirida por R$ 10,5 milhões em 2013 no condomínio Fazenda Boa Vista, conhecido por abrigar pessoas bilionárias e contar com infraestrutura luxuosa, como piscina com ondas para surfe, campo de golfe e hotel da rede Fasano. Apesar da compra por um valor inferior, o imóvel está avaliado atualmente em R$ 30 milhões.
A juíza Luciana Novakoski Ferreira Alves de Oliveira, da 22ª Vara Cível de São Paulo, considerou que Delneri tentou evitar a penhora transferindo imóveis para sua esposa e filho, declarando-os residência da família e, portanto, impenhoráveis. A juíza afirmou que tal conduta configura tentativa de blindagem patrimonial para impedir a penhora.
Outros diretores e sócios também utilizaram estratégias similares para esquivar-se do confisco, transferindo propriedades para familiares e empresas ligadas a parentes.
A defesa dos empresários negou as tentativas de proteção patrimonial por meio de familiares e afirmou que moveu ações para impedir a antecipação do vencimento das debêntures, o que foi rejeitado pela Justiça.
Até o momento, o banco Credit Suisse não se manifestou, e sua assessoria de imprensa não foi localizada.

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