Equador expulsa 800 presos colombianos durante protestos em Bogotá

Mais de 800 detentos colombianos foram enviados de volta ao seu país através da fronteira na província de Carchi, no Equador, anunciou a autoridade local neste sábado (26). A ação aconteceu após a Colômbia expressar sua insatisfação diplomática, alegando que a medida foi tomada sem consulta prévia.

O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia entregou uma nota de protesto ao governo de Quito, afirmando que a deportação foi feita de forma unilateral e contrária ao direito internacional.

Diana Pozo, governadora de Carchi, declarou à imprensa na ponte fronteiriça de Rumichaca, próxima à capital Tulcán, que “mais de oitocentos detentos foram repatriados”.

Durante o processo, os presos vestiam uniformes laranjas e foram organizados em filas sob a supervisão de um grande contingente policial e militar do Equador para cruzar a fronteira e retornar à Colômbia.

Nas primeiras horas do dia, alguns detentos em roupas mais leves realizaram exercícios para se aquecer no clima frio das montanhas. Eles expressavam o desejo de atravessar, dizendo repetidamente: “Queremos passar, queremos passar” enquanto aguardavam a recepção das autoridades colombianas.

Uma fonte no governo de Carchi, que pediu anonimato, informou que a deportação de cerca de 870 presos colombianos começou na sexta-feira e que eles representam quase 60% dos colombianos encarcerados no Equador.

Diana Pozo ressaltou que houve cooperação interinstitucional entre as autoridades migratórias da Colômbia e do Equador para que a deportação ocorresse de forma rápida e organizada, evitando congestionamentos na ponte fronteiriça.

Entretanto, as autoridades colombianas afirmam que não receberam aviso prévio a respeito da medida.

Juan Morales, secretário de Governo do município de Ipiales na Colômbia, comentou que a falta de comunicação impediu a elaboração antecipada de um plano de contingência para receber os detentos.

Ele explicou que tiveram que criar um plano de apoio e assistência humanitária às pressas para lidar com a chegada dos deportados.