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França afirma que única solução para o conflito israelense-palestino é a criação de dois Estados

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França reafirma que não existe outra saída além da criação de dois Estados, um israelense e outro palestino, coexistindo em paz e segurança. Essa declaração foi feita nesta segunda-feira (28), durante uma conferência internacional que visa revitalizar essa solução, que se distanciou após quase dois anos de conflito em Gaza.

Segundo o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, “apenas uma solução política de dois Estados atende aos legítimos desejos de israelenses e palestinos de viver em paz e segurança”. Ele pediu ações concretas para garantir a possibilidade de um Estado palestino viável.

Após o anúncio do presidente francês, Emmanuel Macron, de que a França reconhecerá oficialmente o Estado palestino em setembro, a conferência, organizada pela Assembleia Geral da ONU e copresidida pela França e Arábia Saudita, busca reforçar essa proposta. A França também pretende convencer outras potências, como o Reino Unido, a adotarem o reconhecimento.

No entanto, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, salientou que o reconhecimento deve fazer parte de um plano mais amplo, e a Alemanha não vê essa medida como algo imediato.

O primeiro-ministro palestino, Mohammad Mustafa, destacou que todos os países têm a responsabilidade de agir e se mostrou aberto ao envio de uma força internacional para proteger os palestinos.

Desde 1947, a solução de dois Estados tem sido o principal caminho apoiado pela maioria dos membros da ONU, embora a guerra em Gaza, a expansão dos assentamentos israelenses e planos de anexação na Cisjordânia tenham aumentado a preocupação sobre a viabilidade de um Estado palestino independente.

Essa conferência ocorre sem a participação de Israel e dos Estados Unidos. O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, o príncipe Faisal bin Farhan, afirmou que a independência do Estado palestino é fundamental para a paz na região.

António Guterres, secretário-geral da ONU, alertou que a solução de dois Estados está mais distante do que nunca. Ele condenou as ações unilaterais que ameaçam essa perspectiva, incluindo a anexação da Cisjordânia e a destruição em Gaza.

O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, lembrou que o conflito é o mais antigo que a ONU enfrenta e ressaltou a importância de criar as condições para um Estado palestino viável, unindo Cisjordânia e Gaza.

Além de fomentar o reconhecimento do Estado palestino, a conferência abordará a reforma da Autoridade Palestina, o desarmamento do Hamas e a normalização das relações entre Israel e os países árabes que ainda não estabeleceram vínculos diplomáticos.

Não se espera anúncios de normalização com Israel durante esta semana de conferência.

A pressão internacional para cessar o conflito em Gaza, iniciado com os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, continua aumentando. A catástrofe humanitária no território devastado é o foco principal dos discursos dos representantes de mais de 100 países presentes, apesar de Israel ter declarado uma pausa diária nos combates em algumas áreas para fins humanitários.

O ex-chanceler da Costa Rica, Bruno Stagno, da Human Rights Watch, alertou que discursos repetitivos sobre a solução de dois Estados e processos de paz não serão suficientes para alcançar os objetivos da conferência ou interromper o sofrimento dos palestinos em Gaza. Ele pediu ações concretas contra Israel, como sanções seletivas, embargo de armas e suspensão de acordos comerciais.

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