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Insegurança alimentar no mundo diminui em 2024, aponta ONU

A fome global apresentou uma leve queda em 2024, afetando entre 638 e 720 milhões de indivíduos, resultado de avanços na América Latina e no sudeste asiático, porém a situação piora na África, informaram múltiplas agências da ONU nesta segunda-feira (28).
Aproximadamente 8,2% da população mundial enfrentou a fome em 2024, representando uma redução de 0,3% em comparação a 2023, conforme destacou relatório conjunto da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida), do Unicef, do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O documento aponta que persistem diferenças significativas ao redor do planeta. O Brasil deixou novamente o Mapa da Fome após ter retornado à lista quatro anos atrás.
Embora o número de pessoas que não têm alimentação suficiente tenha caído consideravelmente na América Latina e no Caribe, os índices pioram na Ásia ocidental e na África, esta última ultrapassando 20%.
Os dados foram divulgados na ocasião da Cúpula dos Sistemas Alimentares das Nações Unidas (UNFSS), realizada em Adis Abeba, capital da Etiópia. Os resultados ainda estão longe da meta da ONU de erradicar a fome mundial até 2030.
As projeções indicam que até o final da década cerca de 512 milhões de pessoas estarão subnutridas, com 60% desse total concentrado na África.
Atualmente, dos cinco países com maiores índices de insegurança alimentar, quatro (Nigéria, Sudão, República Democrática do Congo e Etiópia) se encontram no continente africano.
O relatório destaca ainda a situação crítica na Faixa de Gaza, devastada pela guerra, onde toda a população enfrenta insegurança alimentar.
Em Gaza, “vê-se pessoas morrendo de fome”, declarou Álvaro Lario, presidente do Fida.
“É urgente garantir o acesso para a entrega de ajuda humanitária vital (…). A restrição de acesso persiste há vários meses”, acrescentou.
Em 2024, cerca de 2,3 bilhões de pessoas enfrentaram períodos ocasionais sem refeições, configurando insegurança alimentar moderada ou grave, número estável em relação a 2023.
No entanto, esse total representa 335 milhões de pessoas a mais que em 2019, pouco antes do início da pandemia de covid-19.
A pandemia e o conflito na Ucrânia provocaram alta significativa nos preços dos alimentos.
Para as agências da ONU, as lições extraídas da crise inflacionária de 2007-2008 após a crise financeira foram assimiladas e possibilitaram uma resposta mais coordenada e eficaz atualmente.

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