Notícias Recentes
General diz que visita ao Alvorada teve como objetivo acalmar Bolsonaro após eleição

General Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, réu no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe, declarou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o encontro que teve com Jair Bolsonaro em novembro de 2022, foi um momento em que o ex-presidente desabafou e não houve qualquer discussão sobre ruptura institucional.
Ele explicou que o encontro foi autorizado pelo então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e realizado em caráter oficial.
“Eles alegam que eu concordei com o golpe durante a reunião com o presidente. Já esclareci que esse não foi o tema abordado. Foi uma série de queixas sobre o processo eleitoral, praticamente um monólogo: ele expressando seus sentimentos e eu apenas ouvindo”, relatou o general ao juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes.
O general é suspeito de fazer parte do grupo militar que, segundo a Polícia Federal, teria elaborado um plano que incluía assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice Geraldo Alckmin.
Theophilo revelou que Bolsonaro fez uma avaliação sobre a derrota nas eleições, reconhecendo seus próprios erros.
Segundo o general, o ex-presidente criticou o processo eleitoral, mas também fez autocríticas, admitindo que poderia ter agido de outro modo e que deveria ter moderado sua atitude em algumas situações.
O general disse que esteve no Palácio da Alvorada a pedido de Freire Gomes, que estava fora da capital, com o intuito de “acalmar os ânimos” do presidente.
“No final, conforme orientação de Freire Gomes, eu disse: ‘Presidente, isso já ficou para trás, agora é seguir em frente e retomar a normalidade'”, contou.
Responsável pelo Comando de Operações Terrestres (Coter) na época, Theophilo negou ter recebido qualquer proposta golpista e afirmou que não teve acesso a nenhum documento intitulado “minuta do golpe”.
“Nenhum documento ou proposta ilegal foi apresentado a mim. Jamais general Freire Gomes enviaria alguém para exacerbar os ânimos do presidente”, garantiu.
Por outro lado, a Polícia Federal sustenta que o plano golpista foi discutido na reunião de novembro de 2022, período em que Bolsonaro já havia perdido a eleição e seus aliados mais próximos buscavam maneiras de impedir a posse de Lula.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login