Paz alcançada entre Tailândia e Camboja após confrontos

Um cessar-fogo incondicional foi estabelecido entre o Camboja e a Tailândia a partir da noite de segunda-feira (28), encerrando cinco dias de violentos combates na fronteira compartilhada, que resultaram em 38 mortes e o deslocamento de milhares de pessoas.

Há muitos anos, essas nações do sudeste asiático mantém uma disputa territorial remanescente do período colonial francês, porém, desde 2011, não se tinham registrado conflitos tão graves.

Após negociações realizadas na residência do primeiro-ministro da Malásia em Putrajaya, o líder malaio Anwar Ibrahim, que serviu como mediador, anunciou o acordo de cessar-fogo imediato e irrestrito que entrou em vigor à meia-noite local do dia 28 de julho de 2025.

Anwar Ibrahim ressaltou que tal acordo representa um passo fundamental para a redução das tensões e o restabelecimento da paz e segurança, acompanhado pelos primeiros-ministros do Camboja, Hun Manet, e interino da Tailândia, Phumtham Wechayachai.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, celebrou a sua participação no processo, destacando em sua plataforma Truth Social sua intervenção direta para garantir a trégua entre as nações envolvidas.

Enquanto os cidadãos das regiões fronteiriças já perceberam a cessação dos disparos, com relatos de silêncio e calma após dias intensos de conflito, o acordo estipula que militares de ambos os lados se encontraram para discutir os detalhes do cessar-fogo antes de uma reunião bilateral programada para 4 de agosto.

Os líderes dos dois países deram crédito à mediação malaia, ao papel da China e à influência do presidente Trump, expressando esperança de que o acordo seja respeitado integralmente e que as relações possam ser normalizadas.

Os combates causaram, além das perdas humanas, o deslocamento em massa de cerca de 300 mil pessoas, entre tailandeses e cambojanos, que buscavam abrigo longe das zonas de conflito.

A região disputada é predominantemente rural, composta por colinas, florestas e terras agrícolas de borracha e arroz, áreas de grande importância econômica para ambas as nações.

Autoridades e lideranças internacionais, incluindo a União Europeia e a ONU, saudaram o avanço na resolução do conflito e enfatizaram a necessidade de que o cessar-fogo seja cumprido com boa fé para garantir uma paz duradoura na região.