Alckmin espera resolver impasse e busca diálogo com EUA antes do tarifaço de Trump

Faltando quatro dias para a implementação do tarifaço anunciado pelo governo de Donald Trump, que pode aplicar taxas de até 50% sobre produtos brasileiros, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, concedeu entrevista à imprensa nesta segunda-feira.

Na manhã desta segunda, o vice-presidente encontrou-se com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), em Brasília. Segundo o governador, o vice-presidente atualizou as estratégias do governo diante da crise comercial e garantiu um diálogo amplo com os estados.

— Alckmin nos informou sobre as medidas que estão sendo tomadas em relação às tarifas e aceitou o convite do nosso fórum de governadores. Todos estão bastante preocupados; alguns sofrerão mais, outros menos, mas acredito que temos condições de promover um diálogo conjunto, unindo toda a classe política brasileira em torno desse desafio nacional — afirmou Ibaneis após o encontro.

Diplomacia ativa

Além das iniciativas internas, o governo tem intensificado os contatos internacionais. Em Nova York, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, indicou que o Brasil permanece aberto ao diálogo com os Estados Unidos para tentar reverter a decisão, prevista para entrar em vigor na sexta-feira.

No outro lado do mundo, a China expressou apoio ao Brasil. Questionado sobre as tarifas de Trump, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun, declarou nesta segunda que Pequim está disposta a colaborar com o Brasil, países latino-americanos e membros do Brics para promover um comércio justo.

— A China deseja trabalhar com o Brasil, outros países da América Latina e do Caribe, assim como com os países do Brics, para defender coletivamente o sistema multilateral de comércio centrado na OMC e garantir justiça e equidade internacionais — afirmou Jiakun.

Ele criticou as medidas unilaterais adotadas por Washington, ressaltando que “guerras tarifárias não beneficiam ninguém”.

Semana decisiva

O aumento das tarifas anunciado pelo governo de Trump impacta principalmente produtos industriais e do agronegócio brasileiros, em um momento de campanha eleitoral nos Estados Unidos. Até o presente momento, não há indicações de que a Casa Branca vá recuar.