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Alugados por R$ 4,4 milhões, painéis alertam para uso do cinto e cadeirinha
O Detran licitou R$ 4,4 milhões no aluguel de até 40 painéis eletrônicos por dia para orientar motoristas sobre as condições de trânsito das vias do Distrito Federal, indicando rotas alternativas em casos de acidente, desvios ou congestionamentos. Mas os equipamentos, que começaram a ser usados na área central no final de junho, se destacam por trazer com maior frequência outro tipo de mensagem: incentivam o uso do cinto de segurança, o respeito à faixa de pedestres, a utilização da cadeirinha e a obediência aos limites de velocidade, além de alertar sobre os riscos de se dirigir embriagado ou ao celular.
A prática tem se distanciado do previsto pelo edital, que se baseou nas experiências de engarrafamentos das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Maceió. O preço diário da locação de cada estrutura é de R$ 310. Apesar da obviedade dos alertas feitos por meio dos painéis, o diretor de Policiamento e Fiscalização de Trânsito, Frederico Abraham, afirma que a medida é necessária.
“Nossas estatísticas mostram que mais de 95% dos acidentes estão relacionados a uma infração de trânsito, seja por falta de atenção, uso do celular, velocidade excessiva. Às vezes, até deixar de sinalizar que vai virar para um lugar provoca uma batida”, disse. “É verdade que as pessoas já sabem disso, mas elas não estão tendo o devido cuidado. Se soubessem e tivessem isso incutido na mentalidade delas, a gente não veria tanta gente dirigindo e falando ao celular ou usando álcool e pegando o carro.”
As seis infrações estão entre as mais comumente registradas pelo órgão e todas subiram de 2012 para 2013. Deixar de usar o cinto de segurança foi a irregularidade que mais cresceu no período, passando de 40.593 casos para 105.015 – um aumento de 158%. Em seguida, vieram o transporte de crianças fora da cadeirinha e o desrespeito à faixa de pedestre.
Segundo Abraham, os painéis estão sendo enviados para as vias em que as multas são aplicadas com maior frequência, como Eixo Monumental, Elmo Serejo e Hélio Prates. A ideia é usar 12 equipamentos por dia entre segunda e sexta-feira, 4 aos sábados e aos domingos, 24 em eventos especiais e 40 em ocasiões que mobilizem a cidade, como ocorreu durante os jogos da Copa do Mundo.
As quantidades foram determinadas com base na estimativa do Detran de que 3 milhões de veículos, incluindo os dos moradores do Entorno, circulam pelas pistas da capital do país diariamente. Em nota, o órgão explicou a aquisição dizendo que, apesar de as ruas já serem bem sinalizadas e largas, sofrem com congestionamentos por causa de acidentes e manifestações.
De acordo com o diretor, a escolha pelos painéis móveis em vez de estruturas estáticas ocorreu porque não é permitida em Brasília a afixação de placas em postes. Eles atuam em conjunto com o helicóptero do Detran. A aeronave continua trabalhando nos horários de maior fluxo para identificar engarrafamentos e enviar a informação para a central, que agora a dispara por meio dos equipamentos.
“Escolhemos alugar em vez de comprar para não correr o risco de adquirir um item que depois vai ficar defasado”, disse. “A gente tem um orçamento para ser gasto em fiscalização. Tudo o que pudermos fazer que vá otimizar o trânsito, reduzir a quantidade de acidentes e de vítimas, a gente considera que é bem empregado. São R$ 4,4 milhões, mas só se a gente usar tudo, todo dia, toda hora. E o valor é justo se ajuda a preservar vidas. Se a gente não emprega o dinheiro, reclamam. Quando usamos, reclamam também.”
O departamento espera que, após os jogos do Mundial e o encontro da cúpula do Brics, Brasília ainda receba eventos de grande porte – incluindo shows no Estádio Mané Nacional Mané Garrincha – ao longo do ano que justifiquem a intervenção.
O funcionamento e a distribuição dos painéis ocorre em caráter de testes até o final desta semana. Depois, eles devem passar a ser usados em outras regiões administrativas – além da Asa Norte,Asa Sul, Ceilândia e Taguatinga. O orçamento total do Detran para este ano é de R$ 458 milhões. Deste total, R$ 40 milhões são destinados ao setor de fiscalização.
Fonte: G1
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