Cecafé vai lutar para tirar o café das novas tarifas altas

Depois que o café do Brasil teve suas taxas aumentadas em 40% pelos Estados Unidos nesta quarta-feira (30), além dos 10% já aplicados em abril, totalizando 50%, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que continuará negociando com seus parceiros americanos para que o café seja incluído na lista de produtos isentos dessas novas tarifas. Entre os parceiros citados pelo Cecafé está a National Coffee Association (NCA).

A Ordem Executiva assinada na quarta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, isentou da tarifa alguns produtos do agronegócio, como suco de laranja, polpa de laranja e castanha-do-pará, que seguem com taxa de 10%. O café, contudo, não foi incluído nessa lista.

O Cecafé destaca que os cafés brasileiros representam mais de 30% do mercado norte-americano e que o Brasil é o principal fornecedor para os EUA. Os Estados Unidos representam 16% do total das exportações brasileiras de café.

“Além da importância para o Brasil, o café também é fundamental para os Estados Unidos, já que 76% da população americana consome essa bebida”, diz a nota. A população americana gasta cerca de US$ 110 bilhões por ano com café e produtos relacionados, o que equivale a US$ 301 milhões diariamente. Segundo estudo da Technomic em 2022, encomendado pela NCA, o setor do café contribui com mais de 8% do valor total da indústria de serviços alimentícios nos EUA.

A indústria do café nos EUA gera mais de 2,2 milhões de empregos e paga mais de US$ 101 bilhões em salários, beneficiando todos os estados e comunidades locais. Para cada dólar gasto em importação de café, outros 43 dólares são injetados na economia americana, movimentando cerca de US$ 343 bilhões ao ano, equivalente a 1,2% do PIB dos Estados Unidos.

O Cecafé argumenta que, dado o papel crucial do café para os consumidores e a economia dos EUA, a decisão de aumentar a tarifa sobre os cafés brasileiros deve ser revista, pois isso causará aumento significativo nos preços e inflação, repassados ao consumidor final. A entidade continuará trabalhando com seus parceiros americanos para tentar incluir o café entre os produtos que serão isentos da taxa adicional de 40%.