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Caiado quer anistiar envolvidos e beneficiar Bolsonaro; João Campos alerta contra impunidade
Em um evento organizado pelo O Globo nesta sexta-feira (1), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), declarou que a primeira medida que tomaria se eleito presidente seria conceder uma ampla e irrestrita anistia para os envolvidos nos acontecimentos de 8 de Janeiro e no inquérito referente à tentativa de golpe. Essa proposta, que beneficiaria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), recebeu críticas do prefeito do Recife, João Campos (PSB), que classificou a anistia como um caminho para a impunidade.
Durante o debate chamado Diálogos O Globo, mediado pela jornalista Vera Magalhães, Caiado justificou sua posição comparando a situação atual com o perdão oferecido na década de 1950 pelo presidente Juscelino Kubitschek a militares envolvidos em revoltas na época.
“Quando Lula assumiu, afirmou que o seu foco seria pacificar o país. Da mesma forma, se eu assumir, a primeira ação será anistiar todos os envolvidos, tal como Juscelino fez, mesmo diante de atos mais graves. Pretendo buscar respeito mútuo entre os poderes com uma anistia ampla e irrestrita”, afirmou Caiado.
João Campos, por sua vez, apresentou uma visão oposta: “Tenho uma opinião diferente. O caminho não é a anistia. É fundamental distinguir entre quem liderou e planejou os atos e quem foi apenas massa de manobra. Uma anistia ampla poderia criar um precedente de impunidade. Devemos respeitar a lei”.
Em outra parte do debate, após Caiado afirmar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falhou por omissão em relação às invasões aos prédios dos Poderes em 8 de janeiro de 2023, Campos rebateu firmemente: “Quem violou instituições públicas precisa ser punido. Não é justo culpar o presidente da República e, ao mesmo tempo, defender anistia para os que participaram dos atos”.
Caiado também comparou os eventos de 8 de Janeiro com manifestações organizadas por grupos como o Movimento dos Sem Terra (MST): “Por que o MST nunca foi punido? Seguiremos a máxima do Padre Cícero: perdoar o passado e não insistir em rancores”.
O governador destacou ainda que interessa ao presidente Lula prolongar as tensões causadas pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras, enquanto o prefeito de Recife defendeu a atuação do governo federal para enfrentar essa questão.
Diálogos O Globo
A série Diálogos O Globo reúne lideranças políticas de diversas áreas do espectro ideológico para discutir temas essenciais para o futuro do Brasil nas áreas de política, economia e meio ambiente.
Na segunda-feira, o debate inicial contou com a participação do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD). Ambos manifestaram críticas em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, abordando temas como as tarifas impostas por Donald Trump e a ideia de anistia. Com relação ao governo do presidente Lula, aliado do prefeito carioca e adversário do governador gaúcho, apresentaram opiniões distintas, mas ambos solicitaram maior compromisso na redução dos gastos públicos e se mostraram favoráveis à proposta de reforma do Imposto de Renda.
Na quinta-feira, os governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Rafael Fonteles (PT), do Piauí, debateram divergências sobre a crise entre Brasil e Estados Unidos, apesar do consenso quanto aos impactos econômicos das novas tarifas impostas pelo presidente americano.

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