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Fisiculturista denuncia por agressão à médica namorada em São Paulo

A família da médica que sofreu agressões pelo fisiculturista Pedro Camilo Garcia Castro no dia 14 de julho revelou que o Ministério Público de São Paulo (MPSP) apresentou uma acusação contra o suspeito por tentativa de feminicídio, envolvendo violência cruel e motivo trivial dentro do contexto de violência doméstica e familiar. Essas informações foram confirmadas pela advogada da vítima, Gabriela Manssur.
Para a defesa, essa acusação representa um avanço significativo na busca por justiça. O caso foi enviado à 4ª Vara do Júri da Capital em 1º de agosto de 2025, seguindo para a fase de instrução frente ao Tribunal do Júri, explicou a advogada.
A médica, com 27 anos, recebeu alta hospitalar em 27 de julho, após 13 dias internada e passar por cirurgias de reconstrução facial, devido às graves lesões causadas pela violência. Ela continua em recuperação, recebendo acompanhamento médico e psicológico. Estava em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva da Casa de Saúde em Santos, litoral de São Paulo, desde 16 de julho, após dois dias em hospital na capital paulista.
Um exame médico detalhou múltiplas fraturas no lado esquerdo do rosto, incluindo o nariz, com desalinhos ósseos e bloqueios em partes das cavidades paranasais, possivelmente causados por sangue.
O incidente ocorreu na data do aniversário da médica. Eles estavam hospedados em um apartamento alugado em São Paulo desde 12 de julho, com saída prevista para as 11h de segunda-feira.
Uma audiência de custódia em 15 de julho determinou a prisão preventiva de Pedro Camilo. A detenção aconteceu em Santos, local onde ele tentou fugir com o carro da vítima.
A Polícia Militar foi acionada por um vizinho que ouviu barulhos de briga no apartamento. Ao chegar, os policiais, ao não receber resposta na campainha, ouviram respiração ofegante no imóvel. Ao entrarem, encontraram a vítima caída, inconsciente, ferida e com o rosto ensanguentado. O local estava desorganizado e com manchas de sangue espalhadas.
Câmeras de segurança registraram Pedro Camilo entrando e saindo do apartamento, localizado na Avenida Pavão, Moema, zona sul da capital, inclusive imagens dele deixando o prédio.
Alega-se que o acusado possui problemas psiquiátricos e necessita de medicação controlada. Documentos apresentados à Justiça indicam que ele está em tratamento por anorexia nervosa atípica, abuso de substâncias sem dependência, e impulsividade, além de estar sob investigação para transtornos afetivos e de personalidade. Ele teve um quadro de oscilação de humor com agressividade e já foi hospitalizado em abril deste ano.
Relatórios médicos relatam danos físicos, emocionais e sociais causados pelo transtorno alimentar bulimia nervosa e uso indevido de medicamentos e anabolizantes, sem acompanhamento médico adequado. O acusado interrompeu o tratamento. Relatórios destacam também uma tentativa recente de suicídio dele, acompanhada de sintomas depressivos e ideação suicida, levando a internação domiciliar.
O juiz responsável pela conversão da prisão de flagrante para preventiva enfatizou que o ato foi praticado com extrema violência e brutalidade, mostrando covardia, descontrole emocional e risco à segurança pública. Destacou ainda o estado crítico em que a vítima foi encontrada, evidenciando a gravidade do ato.
De acordo com o tribunal, o comportamento do agressor indica periculosidade real, reforçada pelo fato de ser fisiculturista de grande porte físico que desferiu golpes intensos no rosto da namorada, causando-lhe fraturas graves e deixando-a desacordada e hospitalizada em estado severo.

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