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Justiça autoriza transferência de Tuta para prisão em São Paulo

Marcos Roberto de Almeida, conhecido como “Tuta“, apontado como líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas ruas até sua prisão na Bolívia em 16 de maio, será transferido para a Penitenciária Regional de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, conforme decisão judicial tomada na última quinta-feira (31/7).
Após a captura pela Polícia Federal (PF) no país vizinho, Tuta foi inicialmente levado para a Penitenciária Federal de Brasília por razões logísticas e de segurança, com previsão de permanência máxima de 90 dias, prazo este que venceria em 30 de agosto. A antecipação da transferência foi solicitada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) e apoiada pela defesa do acusado.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) ainda não confirmou se a transferência já foi concretizada; os detalhes das mudanças permanecem protegidos por questões de segurança, visando reduzir riscos de fuga.
Contexto da prisão e transferência para Brasília
Tuta foi levado para Brasília em caráter temporário após sua expulsão da Bolívia. Tal medida ocorreu em uma sexta-feira, dia de visitas na Penitenciária de Venceslau, para evitar riscos operacionais e comprometer a segurança do transporte, dada a importância estratégica do preso para a facção criminosa.
Na mesma unidade federativa está detido Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerado líder supremo do PCC, recolhido em regime disciplinar diferenciado há seis anos sem previsão de transferência.
Assim que em Presidente Venceslau, Tuta ficará junto a outros membros de destaque da facção prisional paulista.
Quem é Tuta
Marcos Roberto de Almeida atuou como adido comercial no Consulado de Moçambique em Minas Gerais entre 2018 e 2019, recebendo salário mensal de R$ 10 mil para auxiliar no intercâmbio comercial bilateral. Posteriormente, foi demitido e ascendeu até se tornar o maior líder do PCC nas ruas em 2020, sendo expulso dois anos depois por enriquecimento ilícito dentro da organização.
O Ministério Público chegou a divulgar uma falsa informação de morte do criminoso atribuída ao tribunal do crime interno da facção, porém o corpo nunca foi encontrado, e tal estratégia visava desviar as investigações enquanto ele continuava à frente do grupo desde a Bolívia.
Condenação e envolvimento com corrupção
Tuta foi condenado a 12 anos de prisão por associação criminosa e lavagem de dinheiro em fevereiro do ano passado, acusado de lavar cerca de R$ 1 bilhão para o PCC, conforme denúncia do MPSP relacionada à Operação Sharks, iniciada em 2018.
Investigações apontaram pagamento de R$ 5 milhões a policiais da Rota, unidade de elite da Polícia Militar, para obtenção de informações sigilosas facilitando sua fuga durante a operação citada. As irregularidades envolveram membros do setor de inteligência da Rota, e a alta cúpula da instituição foi acusada de negligência.
A Bolívia como base para líderes do PCC
Autoridades afirmam que a Bolívia se tornou um importante refúgio para líderes da facção, onde além de Tuta, outros membros influentes como André do Rap, Patrick Wellington Salomão (o Forjado), Pedro Luiz da Silva (o Chacal) e Sérgio Luiz de Freitas (o Mijão) também estariam sediados.
Desde 2020, as investigações já indicavam a presença de membros da facção neste país, que se tornou um ponto estratégico para esconder criminosos brasileiros foragidos durante longos períodos.

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