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Oposição resiste a madrugada fria nos plenários da Câmara e Senado
Parlamentares da oposição passaram a madrugada desta quarta-feira ocupando os plenários da Câmara e do Senado, buscando pressionar pela votação do projeto de anistia para investigados por tentativa de golpe no país. Apesar do frio intenso e da ausência de sessões deliberativas, o grupo se revezou em turnos de três horas, sustentando a resistência com cafezinho e pão de queijo.
— Tivemos café e pão de queijo. Está tudo bem e continuaremos até que a anistia seja pautada — disse o líder da oposição na Câmara, deputado Rodrigo Zucco (PL-SC), sinalizando a continuidade firme da mobilização.
No Senado, o clima foi marcado por um momento de espiritualidade. Durante uma videoconferência conduzida pelo pastor Jorge Linhares, da Igreja Batista Getsêmani, senadores e deputados participaram de uma oração pela união e proteção diante dos desafios políticos recentes. Entre os presentes estavam os senadores Wellington Fagundes (PL-MT), Marcos Rogério (PL-RO), José Medeiros (PL-MT) e o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ex-presidente da bancada evangélica.
Parlamentares aliados ocuparam juntos os plenários das duas Casas, evidenciando unidade perante os presidentes Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP).
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, participou da movimentação por volta das 5h, tendo atuado nas obstruções desde o dia anterior.
Deputados como Gustavo Gayer (PL-GO), Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Sargento Fahrur (PSD-PR) também aderiram à mobilização, que visa manter a pressão sobre o governo e o Congresso para que a votação da anistia seja retomada com urgência.
Além disso, o grupo reivindica o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e o fim do foro privilegiado para parlamentares.
Apesar da tensão, a ação aconteceu pacificamente. Por decisão das presidências da Câmara e do Senado, o acesso aos plenários foi restrito a parlamentares a partir das 19h, o que impossibilitou o registro visual dos protestos, frustrando a estratégia da oposição de dar maior visibilidade ao movimento.
Ontem, os presidentes das Casas optaram por cancelar as sessões devido às manifestações. Em comunicado, Davi Alcolumbre qualificou a obstrução como um “exercício arbitrário das próprias razões” e apelou pelo “espírito de cooperação” para que ela cesse.
Hugo Motta, por sua vez, anunciou a convocação de uma reunião com líderes para discutir a pauta, prevista para ocorrer hoje às 11h.

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