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Lula fala sobre parcerias para minerais valiosos com outros países
Enquadrado pelo interesse dos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou nesta quarta-feira que o Brasil está aberto a firmar acordos para explorar minerais valiosos e terras raras com nações estrangeiras.
Em entrevista à Reuters, Lula explicou que o governo ainda está identificando a localização desses minerais no território brasileiro.
— Estamos iniciando esse processo. Estou criando um conselho vinculado à presidência que tratará isso como uma questão de soberania nacional. Isso não impede que negociemos com outras nações e que empresas estrangeiras participem da exploração desses minerais no Brasil — destacou Lula.
O presidente enfatizou que o país também planeja investir na fabricação de produtos derivados desses minerais essenciais para baterias elétricas e tecnologia de inteligência artificial.
— Nosso objetivo não é repetir erros do passado, quando exportávamos apenas o minério e importávamos produtos com alto valor agregado. Queremos que esses produtos sejam feitos aqui no Brasil — afirmou.
Como mencionado anteriormente, no final de julho, o representante dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, expressou interesse em ampliar o acesso dos americanos a minerais como terras raras e nióbio.
Vantagens nas negociações
Os recursos naturais podem ser um diferencial para o governo brasileiro nas tratativas sobre a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre bens brasileiros. A ordem executiva do presidente Donald Trump, que entrou em vigor nesta quarta, exclui cerca de 75% dos minérios exportados para o mercado americano, incluindo ferro, nióbio, ouro e rochas ornamentais.
As conversas ainda preveem uma missão empresarial brasileira aos EUA ainda este ano para aprofundar a cooperação e explorar oportunidades comerciais.
O interesse dos EUA tem um motivo estratégico, já que a China domina o refino de 19 dos 20 minerais críticos globalmente, com aproximadamente 70% do mercado.
Para Washington, diversificar as fontes desses minerais é essencial para diminuir riscos em cadeias produtivas sensíveis.
Para o Brasil, que possui a maior reserva mundial de nióbio, a segunda maior de grafite e terras raras, além da terceira maior de níquel, essa nova conjuntura pode abrir portas para condições comerciais vantajosas, acesso a tecnologias modernas e investimentos em processamento, área ainda dependente de tecnologia externa.

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