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Moraes vai analisar pedidos para visitar Bolsonaro
Há oito dias em prisão domiciliar, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está com 20 solicitações de aliados para visitá-lo, que estão sob análise do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
No total, 31 parlamentares e dirigentes do PL, além de autoridades de outras legendas, requereram encontro com o ex-mandatário na residência onde mora com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Jardim Botânico, área nobre de Brasília, conforme registros do Supremo. Destes, dez pedidos foram aprovados por Moraes e um foi negado, feito pelo deputado Gustavo Gayer (GO), que, segundo o ministro, é investigado em processo sigiloso relacionado a investigações envolvendo o ex-presidente.
Nesta segunda-feira, dia em que Bolsonaro completou uma semana em prisão domiciliar, o deputado Nikolas Ferreira (MG) protocolou um novo pedido de visita a Alexandre de Moraes. O deputado Marcelo Moraes (PL-RS) está programado para visitá-lo durante o dia.
Durante a semana, Bolsonaro teve encontros políticos, recebeu familiares e, devido a problemas de saúde, também médicos. Segundo relatos, o ex-presidente apresentou variações de humor e crises de soluço causadas por esofagite decorrente de um procedimento abdominal realizado em abril. No fim de semana, ele melhorou ao receber familiares para celebrar o Dia dos Pais em sua residência em Brasília.
Estiveram com o ex-presidente dois dos seus quatro filhos políticos: o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador de Balneário Camboriú Jair Renan Bolsonaro (PL-SC). Além disso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, também o visitaram.
Algumas pessoas que o visitaram relataram que ele chegou a se emocionar ao falar da impossibilidade de contato com seu filho 03, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde fevereiro e proibido de falar com o pai devido a investigação da Polícia Federal. Eduardo manifestou que não pretende retornar ao Brasil por medo de ter seu passaporte confiscado.
Solicitantes de visita a Bolsonaro
- Senador Jaime Bagattoli
- Deputada Júlia Zanatta – Pedido aceito
- Senador Magno Malta
- Deputado Junio Amaral – Pedido aceito
- Deputado Eros Biondini
- Deputado Sóstenes Cavalcante
- Deputado Luciano Zucco – Pedido aceito
- Renato de Araújo Corrêa, empresário filiado ao PL – Pedido aceito
- Deputado Marcelo Moraes – Pedido aceito
- Celina Leão, vice-governadora do DF – Pedido aceito
- Deputado Gustavo Gayer – Pedido negado
- Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo – Pedido aceito
- Deputado Domingos Sávio – Pedido aceito
- Deputado Joaquim Passarinho – Pedido aceito
- Deputado Capitao Alden – Pedido aceito
- Deputado Pastor Eurico
- Deputado André Fernandes
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL
- Deputado Cabo Gilberto Silva
- Deputado estadual Cristiano Caporezzo (MG)
- Deputado estadual Carmelo Neto (CE)
- Senador Rogério Marinho
- Senador Esperidião Amin
- Senador Izalci Lucas
- Senadora Tereza Cristina
- Senador Marcos Pontes
- Vereador Vile (BH)
- Deputado estadual Bruno Engler (MG)
- Fred Rodrigues, vice-presidente do PL-GO
- Deputado estadual Márcio Gualberto (RJ)
- Deputado Nikolas Ferreira
Residência pode virar centro de comando do PL
Apesar da prisão domiciliar, Bolsonaro ainda não foi autorizado a receber visitas de líderes importantes do PL, como o presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, e o secretário-geral, Rogério Marinho (RN), mas isso poderá acontecer nesta semana caso Moraes permita a entrada desses dirigentes.
Outros membros da cúpula do PL, como os vice-presidentes da Câmara e do Senado, Altineu Côrtes (RJ) e Eduardo Gomes (TO), e os líderes da bancada, Sóstenes Cavalcante (RJ) e Carlos Portinho (RJ), também solicitaram visita. A residência de Brasília está se configurando como um novo centro operacional do PL, local dos principais encontros políticos e decisões do partido, com a presença ainda da presidente do PL Mulher, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
A ideia é reproduzir o que ocorreu na campanha presidencial de 2018, quando a casa do Rio de Janeiro, após um atentado contra Bolsonaro, passou a ser um local de reuniões políticas e decisões importantes para a corrida eleitoral.
O deputado Junio Amaral (PL-MG), primeiro a visitar Bolsonaro após autorização de Moraes, relatou que o ex-presidente está resiliente e não demonstrou sinais de mal-estar durante o encontro. O deputado presenteou-o com um doce de leite e a conversa foi mais sobre assuntos gerais do que política.
Além de políticos e familiares, Moraes autorizou visitas de médicos, seguranças e advogados que acompanham o ex-presidente.
Continuação das articulações
Apesar das dificuldades geradas pela prisão domiciliar, a articulação política dentro do PL deve continuar ativa. Durante o período em que Bolsonaro e Valdemar Costa Neto ficaram sem contato, as decisões precisaram ser transmitidas por intermediários, o que provocou contratempos nas eleições regionais passadas.
Reuniões deverão ocorrer na residência enquanto durar a determinação do ministro Moraes, onde as principais decisões partidárias serão tomadas.
Carlos Portinho, senador, afirmou que o contato com Bolsonaro é importante para ouvir suas orientações, e que outros parlamentares também devem solicitar visitas, sem restrições de acesso.

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