Fiscal é preso por usar mãe para esquema de propina de 1 bilhão

O agente da Secretaria de Estado da Fazenda, Artur Gomes da Silva Neto, que teria arrecadado aproximadamente R$ 1 bilhão em propina desde 2021, usava uma empresa registrada no nome da própria mãe, de 76 anos, para gerir o esquema, segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP). Artur foi capturado nesta terça-feira (12/8) na Operação Ícaro, que investigou um esquema de corrupção envolvendo a Ultrafarma para quitar dívidas tributárias.

As apurações indicam que a professora Kimio Mizukami da Silva, mãe do fiscal, atuava como “laranja” do filho por meio da empresa Smart Tax Consultoria e Auditoria Tributária, registrada em seu nome.

Os promotores acreditam que Artur Gomes da Silva Neto agia beneficiando outras empresas além da Ultrafarma. Ele ocupava um cargo de liderança na Fazenda estadual de São Paulo, sendo supervisor da Diretoria de Fiscalização (DIFIS).

A Operação Ícaro também resultou na prisão do proprietário da Ultrafarma, Sidney Oliveira, e de Mario Otávio Gomes, executivo da Fast Shop. Além das prisões, foram cumpridos diversos mandados de busca e apreensão em residências e sedes das empresas envolvidas.

Segundo as investigações, Artur manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários para as empresas, recebendo pagamentos mensais de propina através de uma empresa em nome de sua mãe. Até o momento, ele teria recebido mais de R$ 1 bilhão em propina.

Os acusados podem responder criminalmente por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As investigações continuam em andamento.

Em nota, a Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo informou que iniciou um processo administrativo para apurar rigorosamente a conduta do servidor envolvido, solicitando ao MPSP o compartilhamento de todas as informações relativas ao caso. A pasta afirmou estar à disposição das autoridades e cooperará com as investigações por meio de sua corregedoria.

A administração fazendária reafirma seu compromisso com valores éticos e justiça fiscal, repudiando qualquer conduta ilícita e comprometendo-se a investigar desvios conforme a lei, promovendo ampla revisão de processos, protocolos e normatizações relacionadas ao tema.