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Direita e esquerda se unem para discutir ‘adultização’ infantil denunciada por Felca

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O vídeo do youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, sobre a ‘adultização infantil’ tem gerado um grande debate nacional, reunindo opiniões semelhantes de representantes da direita e da esquerda nas redes sociais. Desde sua publicação no dia 6, o vídeo já ultrapassou 31 milhões de visualizações.

O material, com 50 minutos, mostra influenciadores que fazem uso inadequado da imagem de crianças, detalha como o algoritmo das plataformas pode direcionar esse tipo de conteúdo para pessoas com intenções nocivas e traz o depoimento de uma psicóloga especialista sobre os perigos dessa exposição para crianças e adolescentes.

Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, manifestou seu apoio ao youtuber em uma postagem no domingo, 10, e anunciou que a Câmara vai priorizar propostas referentes ao tema: “Conte com a Câmara para avançar na defesa das crianças”, afirmou.

O anúncio recebeu elogios de ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como Gleisi Hoffmann e Jorge Messias, que ocupam as pastas de Relações Institucionais e Advocacia-Geral da União (AGU), respectivamente.

Desde a divulgação do vídeo, pelo menos 29 propostas para combater a exposição inadequada de crianças e adolescentes nas redes sociais foram apresentadas na Câmara dos Deputados. Os projetos são de parlamentares da esquerda, direita e Centrão, de partidos como União, PT, PSB, Rede, PL, Podemos, PDT, PSOL, PRD, PSD, MDB, Republicanos e PP.

Uma proposta, em destaque, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), foi aprovada no Senado em dezembro e está próxima de ir a votação no plenário. Essa proposta cria mecanismos para combater conteúdos que exploram sexualmente crianças e adolescentes em ambientes digitais, além de regulamentar o uso de redes sociais e jogos online para esse público.

União entre direita e esquerda

O youtuber recebeu elogios de diferentes espectros políticos. A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) reconheceu seu trabalho de investigação e sua “postura ativa e cidadã ao denunciar tudo à Polícia Federal”.

Por outro lado, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) comentou que Felca “mexeu num território sensível” e desejou “que Deus o abençoe nessa jornada”.

Para o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), é essencial que um influenciador com tamanha popularidade conceda visibilidade a crimes que ocorrem abertamente nas redes sociais. Ele ainda salientou que alguns perfis denunciados no vídeo foram removidos pelas plataformas após a repercussão.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) declarou que ainda há muito a ser investigado sobre esse mercado sombrio que sexualiza crianças e adolescentes para lucro na internet, expressando a esperança de que a repercussão do vídeo impulsione ações para conter essas violações dos direitos humanos.

Em São Paulo, o deputado estadual Guto Zacarias (União-SP), vice-líder do governo Tarcísio de Freitas na Assembleia e associado ao MBL, parabenizou Felca por denunciar um influenciador que transformou a exploração e sexualização de menores numa fonte de renda e por não permanecer calado diante de tamanhos absurdos, como, segundo ele, fazem muitos youtubers.

Impacto entre diferentes grupos políticos

De acordo com monitoramento da consultoria Palver, o vídeo viral de Felca circulou em grupos diversos no WhatsApp: 39% das menções ocorreram em grupos alinhados à direita, 11% à esquerda e 50% em grupos políticos neutros, indicando que o público mobilizado é mais amplo e menos polarizado politicamente.

Segundo a consultoria, entre as comunidades conservadoras, o vídeo serviu para defender valores morais e combater a sexualização infantil. Já entre grupos progressistas, foi relacionado a pautas de proteção dos direitos das crianças, regulação do ambiente digital e responsabilização dos influenciadores.

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