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Direito USP reconhece alunos perseguidos pela ditadura

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A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) concedeu diplomas nesta segunda-feira (11/8) a Arno Preis e João Leonardo da Silva Rocha, estudantes cuja trajetória acadêmica foi interrompida devido à repressão e à violência do regime militar brasileiro.

A cerimônia póstuma ocorreu no Largo São Francisco, situado no centro de São Paulo, com a presença do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT), que conviveu com os jovens enquanto atuava como militante. Além da entrega dos diplomas, uma placa em homenagem aos estudantes foi fixada nas Arcas da faculdade.

História dos estudantes diplomados

Segundo dados da Comissão Nacional da Verdade, Arno Preis, natural de Forquilha, Santa Catarina, concluiu seus estudos como o primeiro da turma na Faculdade de Direito da USP e esteve envolvido no movimento estudantil da instituição.

Após a graduação, Arno estabeleceu um escritório próximo à Praça da Sé, mas não prosseguiu com a carreira jurídica. Após o golpe militar de 1964, engajou-se na luta armada contra a ditadura, ingressando na Ação Libertadora Nacional. Ele participou de treinamento militar em Cuba, onde conheceu José Dirceu, e retornou ao Brasil como militante do Movimento de Libertação Popular. Em 15 de fevereiro de 1972, Arno foi assassinado aos 37 anos por agentes repressivos na cidade de Paraíso do Norte.

João Leonardo da Silva Rocha, originário de Salvador, Bahia, estudou junto com Arno na USP e atuou como diretor da Casa do Estudante na Avenida São João, que abrigava os alunos da faculdade.

Enquanto cursava o último ano, João foi detido pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo em janeiro de 1969, onde sofreu torturas. Acusado de integrar um grupo armado da Ação Libertadora Nacional, ele foi exilado em setembro de 1969, durante o sequestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick, quando foi liberado juntamente com outros presos políticos em troca do diplomata.

Após um período em Cuba, participando de guerrilha clandestina ao lado de Dirceu e Arno, João retornou ao Brasil e se mudou para o interior de Pernambuco, desaparecendo em seguida. Ele é listado como desaparecido e morto pela repressão militar. A Comissão Nacional da Verdade investiga se seu falecimento, ocorrido em 1975 aos 36 anos, foi provocado por agentes da Polícia Militar da Bahia.

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