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El Salvador: refugiados políticos veem retorno cada vez mais improvável

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Embora esperado, o desafio permanece intenso para muitos salvadorenhos. A recente aprovação da reeleição presidencial sem limitações em El Salvador tem afastado o retorno de numerosos ativistas de direitos humanos, jornalistas, advogados e defensores ambientais que optaram pelo exílio para evitar detenções.

Quatro dessas pessoas compartilharam à AFP suas experiências sobre a crescente repressão implementada pelo presidente Nayib Bukele contra seus opositores, os quais ele acusa de manipular e distorcer informações.

Em um período de quatro meses, aproximadamente 80 pessoas buscaram refúgio fora do país, segundo relatos de ativistas e defensores dos direitos humanos. Consultada, a administração governamental não se pronunciou até o momento.

Conhecido por sua rígida campanha contra gangues, Bukele, no poder desde 2019, detém controle total sobre as instituições e é autointitulado como um “ditador moderno”.

A defensora dos direitos humanos

Ingrid Escobar, diretora da ONG Socorro Jurídico, atua no apoio às famílias de detidos em El Salvador. Após perceber que estava em uma lista para prisão, ela fugiu para o México junto com seus filhos, colocando sua saúde e segurança em prioridade. Ela relata que a polícia monitorava sua residência frequente e teme pela vida dos ativistas que continuam na nação, ressaltando que a repressão visa silenciar críticos sob o pretexto de uma “ditadura moderna”.

O advogado

Ruth López, ex-líder da unidade anticorrupção da ONG Cristosal, foi presa sob acusações não comprovadas, o que marcou um ponto de ruptura para a equipe, levando muitos a buscar exílio. Conforme relata seu colega René Valiente, as ameaças, vigilância e criminalização de seu trabalho cresceram significativamente. Apesar das dificuldades, continuam trabalhando ilegalmente para promover justiça e direitos humanos a distância.

O jornalista

Jorge Beltrán, profissional com mais de duas décadas de carreira, deixou El Salvador recentemente após receber avisos de perigo iminente. Ele destaca a impossibilidade de exercer jornalismo livre e crítico na atual conjuntura e planeja seguir informando a partir do exterior, mesmo longe, comprometido a não silenciar os fatos.

A ambientalista

Amalia López dedicou-se por anos à defesa ambiental e indígena. Após protestos contra a mineração de metais e a suspensão de proibições ambientais, ela deixou o país temendo pela sua segurança. A repressão crescente e a influência de grupos econômicos poderosos dificultam seu retorno, que, com a reeleição sem limites, se torna cada vez menos provável.

Assim, para muitos defensores da justiça, direitos humanos, liberdade de imprensa e proteção ambiental, o retorno para casa parece um sonho distante, enquanto a situação política e social em El Salvador se consolida em um regime cada vez mais autoritário e restritivo.

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