Notícias Recentes
Filha de prefeito afastado por corrupção recebeu ajuda emergencial

A filha de Marcelo Lima, prefeito afastado de São Bernardo do Campo por suspeita de corrupção, foi beneficiada pelo auxílio emergencial durante a pandemia de Covid-19, enquanto seu pai ocupava o cargo de vice-prefeito na cidade do ABC Paulista, região metropolitana de São Paulo. Essa informação consta no inquérito da Polícia Federal que está investigando o caso.
Gabriele Lima dos Santos, de 23 anos, estudante de medicina, teve sua mensalidade universitária, no valor de R$ 8.284,95, paga com recursos oriundos de empresas contratadas pela Prefeitura de São Bernardo. Isso é evidenciado pelas conversas trocadas entre Marcelo e Paulo Iran, funcionário apontado como operador financeiro do prefeito.
Além disso, as despesas pessoais da família, como viagens do prefeito e da primeira-dama, Rosângela Lima, e os gastos com cartões de crédito, também eram cobertos por esses repasses. Em uma operação realizada em julho, a Polícia Federal encontrou R$ 14 milhões em dinheiro vivo na residência de Paulo Iran, incluindo notas em reais e dólares, que seriam usados para custear despesas particulares de Marcelo Lima.
Marcelo Lima foi afastado do cargo após a deflagração da Operação Estafeta, e é suspeito de participar de um esquema de corrupção envolvendo as secretarias de Obras e Saúde da cidade. Ele será monitorado por meio de tornozeleira eletrônica. A investigação começou após a apreensão do dinheiro na casa do operador financeiro e resultou em mandados de prisão e busca e apreensão em várias cidades da Grande São Paulo.
As anotações encontradas indicam como a propina era distribuída e gerida, sendo que a mensalidade da faculdade de Gabriele era identificada pelo codinome “Bibi”. A primeira-dama, Rosângela Lima, era referida como “Zana”. A Polícia Federal também encontrou fotos do casal no celular de Paulo Iran, e documentos que indicam que ele cuidava da compra de passagens aéreas para eles.
Paulo Iran e Rosângela Lima trabalharam juntos no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes, demonstrando a influência política de Marcelo Lima na gestão, que teria intermediado as nomeações. A investigação mostra que Marcelo era o principal articulador do esquema, com Paulo Iran executando as operações financeiras ilegais.
Em resposta às acusações, a Prefeitura de São Bernardo do Campo afirmou que colaborará com as investigações e que os serviços públicos da cidade não serão prejudicados pelo episódio.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login