Economia
Brasil quer negociar, mas não abrirá mão da soberania, diz Fávaro
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta quinta-feira (14), em São Paulo, que o governo permanecerá buscando reduzir as tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as exportações brasileiras. Contudo, ressaltou que o Brasil não vai abdicar de sua soberania.
“O mais importante é manter o diálogo e buscar soluções através da negociação. Em nenhum momento, por determinação do presidente Lula, o diálogo foi interrompido. Estamos sempre presentes na mesa de negociações. No entanto, jamais abriremos mão da nossa soberania, nem negociaremos assuntos que não são competência do Poder Executivo, como a interferência no Poder Judiciário”, declarou Fávaro.
Na quarta-feira (13), o governo federal revelou um pacote de ações para apoiar o setor produtivo afetado pelas tarifas. O plano inclui R$ 30 bilhões em crédito, viabilizado por meio de uma medida provisória chamada MP Brasil Soberano.
Fávaro explicou que essas foram as primeiras ações do governo para minimizar os impactos das tarifas aplicadas por Trump às exportações brasileiras e que outras medidas complementares serão necessárias para atender às especificidades de cada setor.
Ele exemplificou que o suco de laranja teve a tarifa retirada, beneficiando tanto os Estados Unidos quanto os produtores nacionais, mas alertou que ajustes adicionais poderão ser necessários no setor.
Entre as preocupações do ministro estão os setores cuja produção é quase totalmente destinada ao mercado dos Estados Unidos, que sofrerão efeitos mais severos e receberão atenções especiais do governo.
O governo também continua a expandir os mercados para as exportações brasileiras, tendo aberto 400 novos mercados para a agropecuária, um recorde histórico segundo Fávaro. Além disso, está planejando um programa de compras públicas para apoiar produtores mais prejudicados, incluindo a ampliação da oferta de manga e pescados na merenda escolar e nas Forças Armadas, substituindo temporariamente a demanda perdida pelo mercado norte-americano.
No mesmo dia, os ministros Carlos Fávaro e Renan Filho acompanharam o leilão da Rota do Agro na B3, que foi vencido pelo Consórcio Rota Agro Brasil com um deságio de 19,70% no pedágio. Fávaro destacou a importância desse leilão para a infraestrutura, competitividade e crescimento do setor agropecuário.
Miner Renan Filho enfatizou que esse foi o leilão de rodovias mais disputado nos últimos anos, resultado de um bom projeto, segurança jurídica e previsibilidade, destacando também que o setor rodoviário privado ultrapassou o de saneamento em investimentos.
Ele salientou que o governo realizou um volume recorde de leilões neste ano, com pelo menos 14 a 15 previstos, o maior da história do Brasil, trazendo mais competitividade internacional ao país e preparando-o melhor para enfrentar disputas tarifárias no cenário global.
Renan Filho comentou que tarifas funcionam como barreiras artificiais em um ambiente comercial, reduzindo a competitividade, e afirmou que o ideal seria avançar em direção ao livre comércio, evitando tais obstáculos, pois isso demonstraria a eficiência do Brasil para o mundo.

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