Silas Malafaia é investigado por possível ligação com atos nos EUA envolvendo Eduardo Bolsonaro

Silas Malafaia, pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, está sendo investigado no mesmo inquérito que apura a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. A investigação, conforme divulgado pela GloboNews, envolve acusações como coação no processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de derrubar o Estado Democrático de Direito.

Malafaia organizou manifestações em apoio a Jair Bolsonaro no dia 3 de julho. O ex-presidente participou remotamente de algumas dessas manifestações, fato que culminou em sua prisão domiciliar determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em um vídeo recente, Malafaia afirmou que Moraes deveria ser julgado, sofrer impeachment e ser preso.

Em áudio enviado à Globo, o pastor negou qualquer irregularidade em sua conduta: “Não falo inglês, não tenho relação com americanos e questiono se a Polícia Federal está agindo a mando de Alexandre de Moraes”. Ele afirmou ainda que é livre para se posicionar e não cometeu obstrução à justiça, pois suas ações foram manifestações legítimas contra supostos crimes cometidos por autoridades que deveriam proteger a Constituição.

Em vídeo publicado em suas redes sociais, Malafaia declarou ser alvo de perseguição política e comparou a atuação da Polícia Federal a órgãos repressivos históricos, alertando para um cenário de restrição à liberdade de expressão semelhante ao da Venezuela.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, defendeu Malafaia em uma publicação na rede social X, criticando a atuação do ministro Moraes e afirmando que verdadeiros criminosos permanecem soltos enquanto pessoas que discordam do sistema são perseguidas. O deputado Eduardo Bolsonaro também se manifestou na mesma rede, questionando qual crime teria cometido o pastor ao incentivar manifestações pacíficas e comparando a situação do Brasil à da Venezuela.

O inquérito foi aberto no final de maio por Alexandre de Moraes, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Eduardo Bolsonaro está residindo nos Estados Unidos desde fevereiro, e as investigações apontam que ele e Jair Bolsonaro atuariam juntos tentando pressionar o Supremo Tribunal Federal.