Economia
EUA aumentam tarifas, Fiesp mantém previsão de crescimento do PIB em 2,4%
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) atualizou seu boletim de estatísticas e expectativas econômicas, mantendo a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 em 2,4%. Inicialmente, a projeção poderia ter sido elevada para 2,6%, porém, devido a condições internacionais desfavoráveis, especialmente o aumento das tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, a estimativa foi mantida.
Na última semana, o mercado financeiro também revisou para baixo suas expectativas, estimando um crescimento do PIB de 2,21% para o final de 2025.
Igor Rocha, economista-chefe da Fiesp e colaborador no Fiesp Data Tracker, explicou à Agência Brasil que “antes tínhamos uma expectativa de crescimento, que por enquanto se dissipou, considerando as tarifas. No entanto, o impacto potencial das tarifas no PIB para 2025 é de 0,2 pontos percentuais, o que indicava um possível viés de alta, sem revisão para baixo até o momento”.
Embora o cenário geral permaneça positivo, a Fiesp projeta queda em alguns setores, como a agropecuária, com redução de 0,6%, e a indústria de transformação, que pode recuar 0,7%. Além disso, o consumo governamental deve diminuir 0,4%, e os investimentos devem recuar 0,7%.
Rocha ressaltou que para o segundo semestre era esperada uma desaceleração, resultando em menor atividade econômica, com redução no consumo do governo e dos investimentos, um processo natural de acomodação.
No setor industrial, a variação negativa está associada ao desaquecimento econômico previsto para o segundo semestre. Os desafios financeiros, tanto internos quanto externos, especialmente as restrições no crédito e juros nos mercados, dificultam o ambiente para o setor.
Essas restrições financeiras internacionais contribuem para a queda nos investimentos, combinadas com a incerteza típica dos anos eleitorais, devido às eleições presidenciais e estaduais em 2026, além do aumento das tarifas comerciais dos Estados Unidos para o Brasil e outros parceiros.
As importações também estão previstas para recuar 1,5%, acompanhando a desaceleração da atividade econômica.
Por outro lado, indicadores como o consumo das famílias e os serviços continuam aquecidos, com crescimento moderado previsto de 0,4% para a indústria em geral e avanço de 0,3% para o setor de serviços. O consumo das famílias deve aumentar 0,6%, e a expectativa é de leve crescimento das exportações, na ordem de 0,2%.

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