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Países nórdicos e bálticos consideram Putin pouco confiável

A Cooperação Nórdico-Báltica (NB8), que inclui oito países da região escandinava e báltica, dos quais cinco fazem fronteira com a Rússia, divulgou neste sábado, 16, uma declaração afirmando que o presidente russo, Vladimir Putin, é considerado “pouco confiável” após a reunião de cúpula entre Putin e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizada no dia 15 no Alasca.
O comunicado da NB8 – composta por Dinamarca, Estônia, Finlândia, Islândia, Letônia, Lituânia, Noruega e Suécia – reafirma o firme apoio à Ucrânia e aos esforços, inclusive os de Trump, para pôr fim à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia.
Esses países são membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar ocidental tradicionalmente liderada pelos Estados Unidos. A maior parte também integra a União Europeia, exceto Noruega e Islândia.
O grupo destaca que as futuras negociações devem envolver a participação direta da Ucrânia. Está prevista uma reunião entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e Trump, na segunda-feira, 18, em Washington.
“Nenhuma decisão sobre a Ucrânia sem a Ucrânia, e nenhuma decisão sobre a Europa sem a Europa”, enfatiza o documento.
O comunicado acrescenta que a experiência tem demonstrado que Putin não é confiável. “Em última análise, cabe à Rússia cessar suas violações flagrantes do direito internacional. A agressão e as ambições imperialistas da Rússia são as causas fundamentais deste conflito”, afirma a declaração conjunta.
Cessar-fogo e garantias de segurança
Os países nórdicos e bálticos reiteram a necessidade de um cessar-fogo para se alcançar uma paz justa e duradoura.
Trump, que anteriormente apoiava um cessar-fogo até a reunião com Putin, saiu do encontro defendendo negociações para um acordo definitivo, sem um cessar-fogo prévio, e mostrou-se aberto a concessões territoriais da Ucrânia para pôr fim aos combates.
A NB8 também exige garantias de segurança confiáveis para a Ucrânia. “Um acordo de paz requer compromissos sólidos e concretos por parte dos parceiros transatlânticos para proteger a Ucrânia contra futuras agressões”, diz o comunicado.
Apesar de aplaudirem a declaração de Trump de que os EUA estão dispostos a oferecer garantias, os países ressaltam que não devem ser impostas limitações às forças armadas da Ucrânia nem à sua cooperação internacional.
“A Rússia não tem poder de veto sobre o caminho da Ucrânia rumo à União Europeia e à Otan”, reforçam.
O grupo se compromete a continuar armando a Ucrânia e fortalecendo as defesas europeias. “Enquanto a Rússia seguir com sua campanha militar, manteremos e ampliamos sanções e outras medidas econômicas para pressionar a economia de guerra russa”, concluem, reafirmando seu apoio à soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia.
Reação de Zelensky
Por meio de sua conta no X, Volodymyr Zelensky agradeceu o apoio recebido e ressaltou a importância dos pontos destacados para alcançar uma paz realmente duradoura e confiável.
Ele destacou que a Rússia continua rejeitando apelos por um cessar-fogo e ainda não informou quando vai cessar as hostilidades.
“Se os russos não têm disposição para mandar a simples ordem de parar ataques, será necessário um esforço maior para que se comprometam com a coexistência pacífica com seus vizinhos por muitos anos”, afirmou Zelensky. “Mas juntos, Ucrânia e parceiros, estamos trabalhando pela paz e segurança. Suspender os ataques é fundamental para interromper a guerra”, acrescentou.
O presidente ucraniano informou também que manteve contato e coordenação constante com seus aliados durante este sábado, com a previsão de dar continuidade às conversas amanhã, 17, antes do encontro com Trump na segunda-feira.

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