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Setores ligados a Bolsonaro buscam diálogo com governo Lula após tarifaço

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A crise causada pelas tarifas de 50% aplicadas pelos EUA afetou diversas entidades e empresários associados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Inicialmente otimistas com a volta de Donald Trump à presidência, esses grupos agora tentam estreitar relações com a administração do presidente Lula.

Entre os segmentos impactados estão os de armas e supermercados, que enfrentam perdas financeiras expressivas e risco de bloqueio de mercados importantes. Eles têm mantido contato com membros do governo petista, especialmente com o vice-presidente Geraldo Alckmin, buscando negociações para minimizar os efeitos negativos das tarifas.

O agronegócio também ajustou sua postura diante dessa nova realidade. A empresa Taurus, uma das maiores fabricantes brasileiras de armas e munições, liderou essa movimentação. Seu CEO global, Salesio Nuhs, vinculado a Bolsonaro, chegou a celebrar a posse de Trump no início do ano, esperando um crescimento expressivo para o setor. Contudo, após a implementação das tarifas, as ações da Taurus caíram 7%, gerando uma perda de mais de R$ 33 milhões em valor de mercado. Em resposta, a empresa buscou apoio junto a Alckmin, que também atua como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Salesio destacou a importância estratégica da companhia para o Brasil e mencionou o compromisso do ministro da Defesa com essa pauta durante uma teleconferência para investidores.

Além disso, a Taurus cogita transferir sua principal linha de produção para os EUA, destino de cerca de 90% de sua produção, e está em diálogo tanto com a embaixada americana quanto com integrantes da administração daquele país, incluindo equipes do vice-presidente JD Vance e do governador da Geórgia, Brian Kemp, onde está localizada a filial da empresa.

Movimentos semelhantes surgiram no setor de supermercados, também tradicionalmente ligado a Bolsonaro. Recentemente, representantes desse segmento apresentaram ao governo um plano emergencial que inclui incentivos ao crédito, parte contemplada no pacote de ajuda oficial apresentado. A iniciativa foi lançada em um fórum que contou com a presença de Alckmin. O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi, havia acompanhado a posse de Trump nos EUA e registrou o acontecimento como um momento histórico com potencial para impactar o cenário global.

Já a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), que anteriormente demonstrava proximidade com Bolsonaro, enfrentou impasses diante do tarifaço. Na campanha eleitoral de 2022, a organização havia recebido o então presidente e seu candidato a vice na abertura do Encontro Nacional do Agro, e seu presidente, João Martins, havia criticado duramente o atual presidente na época.

Com os novos impostos, a CNA avaliou uma redução de US$ 5,8 bilhões nas exportações do setor para o mercado americano. Em comunicado recente, a entidade expressou que a política nacional permanece estagnada devido a discussões improdutivas e polarizadas, prejudicando o avanço do país.

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