Chile inicia eleição com disputa entre candidata comunista e rival de extrema direita

As eleições presidenciais no Chile marcadas para 16 de novembro apresentam uma disputa acirrada entre dois candidatos que representam extremos opostos do espectro político. José Antonio Kast, um político de direita radical, e Jeannette Jara, uma advogada comunista, surgem como os principais favoritos para substituir o atual presidente Gabriel Boric.

Seis candidatos registraram suas candidaturas no Serviço Eleitoral até o prazo final, totalizando oito concorrentes pelo cargo mais alto do país.

José Antonio Kast, conhecido por sua postura firme contra o crime organizado, propõe uma administração que valoriza a ordem pública e a segurança, prometendo revitalizar cada bairro do Chile através de um governo de emergência. Aos 59 anos, Kast é visto como um político pragmático, diferente de outros líderes de direita extrema na América Latina.

Jeannette Jara, de 51 anos, tem ganhado destaque após seu papel como ministra do Trabalho durante o governo Boric, coordenando importantes reformas trabalhistas, como a redução da jornada semanal para 40 horas. Ela lidera uma coalizão que abrange desde o Partido Comunista até setores da Democracia Cristã, reforçada após vitória nas primárias.

Apesar de ser do Partido Comunista, Jara enfatiza sua posição como candidata de centro-esquerda, buscando distanciar-se das controvérsias relacionadas a regimes como Venezuela e Cuba. Sua maior dificuldade reside em consolidar seu papel como líder dentro de sua base política e coalizão.

Na busca pelo terceiro lugar, disputam a ex-prefeita conservadora Evelyn Matthei e o economista e populista Franco Parisi. Matthei, com ampla experiência política, perdeu fôlego nas pesquisas que antes liderava, enquanto Parisi conquistou visibilidade em 2021 com campanha online conduzida dos Estados Unidos e discurso anti-elite.

Outros candidatos no pleito incluem o libertário Johannes Kaiser, o ex-presidente da associação do futebol chileno Harold Mayne-Nicholls, o cineasta progressista Marco Enríquez-Ominami e o professor de esquerda radical Eduardo Artés.