Policiais militares punidos por foto comendo em pé na rua

Três policiais militares receberam punições entre 10 a 15 dias de prisão administrativa — sem poder sair do quartel — depois que uma foto deles comendo marmitas em pé na rua viralizou nas redes sociais. A Corregedoria da Polícia Militar (PM) explicou que a punição foi aplicada porque os agentes desrespeitaram ordens de superiores, e a divulgação da imagem prejudicou a autoridade da corporação.

O incidente ocorreu em 26 de dezembro de 2019, mas as sanções só foram divulgadas no dia 8 do mês passado. Naquele dia, quatro policiais estavam escalados para realizar uma jornada extra de trabalho na cidade de Osasco, na Grande São Paulo.

Ricardo Massola, advogado de dois dos policiais punidos, declarou que o grupo já havia trabalhado por várias horas antes do expediente extra e estava com fome. Por isso, os agentes procuraram um comandante da Dejem, que proibiu o uso do refeitório de uma companhia próxima, justificando que o posto de trabalho não deveria ficar desguarnecido.

Sem acesso ao refeitório, os policiais compraram marmitas e comeram na calçada da avenida João de Andrade, no bairro Santo Antônio. Entre os punidos, duas são mulheres, que precisaram se ausentar rapidamente para cuidados pessoais, dado o período menstrual.

Um dos policiais registrou a foto para provar que eles não haviam abandonado o posto de trabalho. No entanto, a imagem foi divulgada por terceiros e gerou repercussão negativa. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) relatou que a Corregedoria instaurou um processo contra os envolvidos devido à desobediência e à alimentação em condições inadequadas.

Durante o processo, inicialmente, três dos quatro policiais deveriam ser expulsos da corporação, e apenas uma soldado mantida sob punição. Um policial renunciou voluntariamente, e os outros conseguiram converter a expulsão em penas administrativas.

A Corregedoria afirmou que os acusados planejaram a situação para prejudicar a imagem da instituição, sugerindo condições de trabalho desumanas, enquanto a defesa argumentou que a foto servia para comprovar a presença no posto.

Com as sanções definidas, os três policiais permanecerão em detenção administrativa dentro dos quartéis onde trabalham, cumprindo de 10 a 15 dias de penalidade, que teve início no final de agosto.