Notícias Recentes
Bancos e Lei Magnitsky: entenda a disputa entre os EUA e Moraes e o impacto da decisão de Dino
Uma decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), colocou os bancos brasileiros em uma situação descrita como ‘inédita, complexa, sensível e difícil de resolver’, segundo relatos obtidos pela Coluna do Estadão.
Na última segunda-feira (18), Dino determinou que decisões judiciais estrangeiras só poderão ser aplicadas no Brasil após homologação judicial ou por meio de acordos de cooperação internacional.
Essa decisão está relacionada a processos sobre os desastres das barragens em Mariana (MG) e Brumadinho (MG), mas também abre espaço para que o ministro Alexandre de Moraes, colega de Dino no STF, busque medidas na própria Corte para contestar os efeitos da Lei Magnitsky.
O ministro Moraes foi alvo da sanção dessa lei pelo governo do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 30 de julho, em razão de supostas ações de ‘censura’ e ‘perseguição política’.
A Lei Magnitsky proíbe a entrada nos EUA, confisca bens e impede que serviços sejam prestados ao sancionado de forma extraterritorial, ou seja, mesmo fora dos EUA, empresas com ativos americanos não podem atender quem está sujeito à lei.
Por isso, a legislação pode impactar os serviços financeiros do ministro, como contas bancárias e cartões de crédito, já que bancos brasileiros realizam operações em dólar. Essa restrição ocorre de maneira gradual, não imediata.
Após a decisão de Dino, representantes dos maiores bancos do país relataram um impasse diante das determinações conflitantes do governo americano e da Suprema Corte brasileira.
Especialistas consultados apontam que, apesar da legislação brasileira já requerer um processo específico para validar decisões estrangeiras, a decisão de Dino dificulta a previsão dos próximos passos sobre a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Moraes.
A representação dos Estados Unidos se posicionou sobre a decisão de Dino, afirmando que nenhuma instância judicial estrangeira pode anular as sanções americanas ou impedir as graves consequências de seu descumprimento.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login