Padilha considera ida a Nova York para reuniões da ONU e Opas

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, declarou nesta terça-feira (19) que está avaliando a possibilidade de participar da conferência internacional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), ambas previstas para setembro em Nova York.

Esta declaração ocorreu após o cancelamento dos vistos da esposa e da filha de 10 anos do ministro pelos Estados Unidos, em 15 de agosto. O visto de Padilha não pode ser cancelado pois está expirado desde 2024.

“Ainda não decidi se comparecerei à Assembleia Geral da ONU e da Opas devido a compromissos importantes aqui no Brasil”, afirmou.

“Tem sido difícil sair de Brasília por conta das votações no Congresso relacionadas ao atendimento e implementação do programa Agora tem Especialistas. Ainda não sei se poderei participar”, explicou ele.

Durante um café da manhã com jornalistas, o ministro fez referência a uma frase do escritor nordestino Ariano Suassuna (1927-2024), expressando surpresa.

“Algumas pessoas acreditam que o mundo se divide entre quem já foi à Disney e quem deseja ir ou não. Eu não tenho nenhuma intenção de ir à Disney”, comentou de forma irônica.

Programa Mais Médicos

Recentemente, o Departamento de Estado dos Estados Unidos revogou os vistos de servidores do governo brasileiro ligados ao programa Mais Médicos, iniciado em 2013 durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Atualmente, sob o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o programa é chamado de Mais Médicos para o Brasil.

Padilha reafirmou o compromisso do ministério com o programa, dizendo: “Nada disso vai afetar nossa defesa do programa Mais Médicos e o trabalho do Ministério da Saúde para ampliar o acesso à saúde”.

O programa visa levar médicos a regiões prioritárias do Sistema Único de Saúde (SUS) que enfrentam carência de profissionais de saúde devido à localização remota ou vulnerabilidade social.

Acordo Internacional

O ministro destacou que, se decidir participar dos eventos em solo americano, estará amparado por um acordo internacional que garante a entrada das autoridades convidadas que participam das atividades dos organismos da ONU sediados nos Estados Unidos, como a Opas.

“Existe um acordo de sede que obriga o país anfitrião a garantir o acesso dessas autoridades. Mas ainda não tomei uma decisão por causa de questões internas”, disse.

Cancelamento dos vistos e impacto familiar

Padilha comentou que a família possuía vistos para visitar parentes que moram nos Estados Unidos, como seu irmão, sua sobrinha de idade próxima à da filha e sua madrasta, todos cidadãos norte-americanos.

“Considero o cancelamento dos vistos da minha esposa e filha uma medida injusta, porém, já superamos essa situação e estamos seguindo em frente”, concluiu.