Alckmin diz que gastar menos do que arrecada é básico e não questão de partido

Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, ressaltou na 26ª Conferência Anual Santander, em São Paulo, a importância de se criar no Brasil o hábito de produzir superávits primários, ou seja, gastar menos do que o governo arrecada.

As declarações do vice-presidente nesta terça-feira, 19, ocorreram em meio às pressões do mercado financeiro para um controle rigoroso dos gastos públicos, além de questionamentos sobre a eficácia do atual arcabouço fiscal implementado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que substituiu o teto de gastos anterior.

Mesmo diante dessas questões, Alckmin afirmou que o governo federal mantém um compromisso firme com a responsabilidade fiscal. Para ele, alcançar resultados positivos no saldo primário não deveria ser motivo de discussões políticas entre direita e esquerda, pois, na sua visão, trata-se de uma simples questão matemática.

Alckmin destacou: “Gerar superávits primários é o caminho para diminuir a relação entre dívida e PIB; é uma questão clara e óbvia”.

Agências internacionais de renome, como a Fitch, indicam que, sem um controle efetivo dos gastos, a dívida do Brasil em relação ao PIB pode alcançar 79,3% em 2025, superando a média de países com classificação de crédito semelhante, que é de 53%. O aumento do endividamento eleva o risco de inadimplência, o que força o governo a oferecer juros mais altos aos investidores para financiar suas despesas.

Juros mais elevados impactam negativamente a economia como um todo: consumidores enfrentam crédito mais caro, empresas diminuem investimentos e muitos empregos ficam ameaçados.

Alckmin lembrou que a meta para o próximo ano é alcançar um superávit primário de 0,25% do PIB, e que esse valor deve ser ampliado progressivamente.

Segundo ele, manter uma política fiscal rigorosa é essencial para a saúde econômica do país.