Mundo
Coreia do Norte critica exercícios entre Seul e EUA e promete aumentar poder nuclear
Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, condenou os exercícios militares conjuntos entre Coreia do Sul e Estados Unidos, prometendo ampliar rapidamente as capacidades nucleares do país em resposta às ações dos rivais. A informação foi divulgada na terça-feira, 19, durante a inspeção de Kim ao destróier mais moderno da Coreia do Norte, equipado com sistemas nucleares.
Os exercícios, chamados Ulchi Freedom Shield, começaram no mesmo dia e envolvem 21 mil soldados, incluindo 18 mil sul-coreanos, realizando simulações em computadores e operações práticas no campo ao longo de 11 dias.
Pyongyang há tempos acusa estas manobras de serem preparativos para uma invasão e Kim Jong-un costuma justificar seus testes militares e o aumento do arsenal nuclear com base nessas ações.
Durante a visita ao navio destróier Choe Hyon, de 5 mil toneladas e revelado em abril, Kim afirmou que os exercícios aliados refletem uma hostilidade crescente e indicam uma suposta intenção de iniciar uma guerra. Ele ressaltou que a inclusão de um componente nuclear torna essas manobras ainda mais provocativas, exigindo contra-medidas fortes e proativas do Norte, segundo a agência estatal KCNA.
Kim Jong-un declarou: “O ambiente de segurança ao redor da Coreia do Norte está se tornando cada vez mais sério e a situação exige uma mudança rápida na teoria e prática militares, além da aceleração da capacidade nuclear.”
Em resposta, autoridades sul-coreanas e americanas disseram que os exercícios são defensivos e visam conter as ameaças nucleares e de mísseis da Coreia do Norte, incluindo treinamentos para dissuadir o uso de armas nucleares e reagir a ataques de mísseis. O treinamento também integra aprendizados de conflitos recentes e aborda cenários envolvendo drones, bloqueio de sinais GPS e ciberataques.
Kim Jong-un destacou o destróier Choe Hyon como um avanço importante para ampliar o alcance e as capacidades de ataque preventivo das forças nucleares de seu país. O navio, previsto para entrar em serviço no próximo ano, possui vários sistemas de armas, incluindo antiaéreas, antinavais e mísseis balísticos e de cruzeiro com capacidade nuclear.
Nos últimos anos, as tensões na Península Coreana aumentaram devido ao rápido avanço do programa nuclear norte-coreano e ao fortalecimento das relações com a Rússia após a invasão da Ucrânia. O governo de Pyongyang tem rejeitado os pedidos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul para retomar negociações sobre seus programas nucleares e de mísseis, que estão interrompidas desde 2019.
Recentemente, o presidente sul-coreano Lee Jae Myung expressou vontade de restaurar um acordo militar inter-coreano de 2018 para reduzir tensões na fronteira, pedindo uma resposta da Coreia do Norte para reconstruir a confiança e retomar o diálogo. No entanto, o pacto foi suspenso em 2024 após incidentes, e Pyongyang anunciou que não o respeitará mais.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login