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Conflito no protesto contra despejo do teatro de contêiner

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Na véspera do prazo para que a Companhia Mungunzá de Teatro desocupe o local onde funciona o Teatro de Contêiner, situado na Luz, região central de São Paulo, um protesto realizado por artistas resultou em confronto com agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) na terça-feira (19/8).

Vídeos mostram os agentes da GCM utilizando escudos e spray de pimenta contra os membros da companhia e demais manifestantes. Em uma das cenas, um agente aponta uma arma para o grupo que protestava. Os manifestantes entoavam palavras de ordem e questionavam as ações da Prefeitura de São Paulo.

Disputa entre companhia e prefeitura

No começo de agosto, a Companhia Mungunzá recebeu uma notificação para deixar o local onde está instalado o Teatro de Contêiner. O documento, assinado pelo subprefeito da Sé, Coronel Salles, estipula o prazo de 15 dias, que termina na quinta-feira (21/8).

Em maio, a companhia já havia recebido uma notificação extrajudicial da prefeitura, que alegava que "a área é um ponto estratégico para um novo programa habitacional".

O terreno onde o Teatro de Contêiner está localizado é público e é ocupado pela Companhia Mungunzá desde 2016. Na ordem de despejo, a prefeitura afirma que usará o local para um novo projeto habitacional.

A gestão de Ricardo Nunes (MDB) também afirma que apresentou propostas de outros imóveis para que o teatro fosse transferido. Por outro lado, a companhia declara que foi pega de surpresa com esta decisão.

Em entrevista ao Metrópoles em maio, um dos integrantes da Mungunzá, Marcos Felipe, comentou que o teatro enfrentou muitos desafios, mas sempre manteve diálogo com a prefeitura de São Paulo.

"Construímos o Teatro de Contêiner, que se tornou referência e, ao longo de quase uma década, acolheu diferentes coletivos. Juntos, realizamos mais de 4 mil atividades artístico-sociais", afirmou.

Em nota, a prefeitura informou que a ação policial da terça-feira (19/8) foi motivada pela desocupação de um imóvel vizinho ao Teatro de Contêineres.

"O prédio, que está interditado e será demolido pela Prefeitura, foi invadido por um grupo que utilizava um acesso clandestino a partir do terreno do teatro. Devido à invasão e à recusa em desocupar o imóvel, foi necessária a intervenção das forças de segurança. O local está trancado e preservado", diz o comunicado. Artistas da companhia afirmam que equipamentos do teatro estão guardados no prédio fechado.

Sobre o Teatro de Contêiner

O espaço usado pela Companhia Mungunzá é formado por 11 contêineres marítimos e, em quase 10 anos de atividade, já foi indicado a prêmios nacionais e internacionais pela iniciativa.

Para os artistas, "não é razoável que existam tantos prédios e terrenos vazios em São Paulo e a prefeitura decida desocupar um local que contribui para a cultura e o desenvolvimento social".

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