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Militares dos EUA e Europa se reúnem em Washington para discutir a paz na Ucrânia

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O chefe do Estado-Maior dos Estados Unidos encontra-se nesta terça-feira (19) em Washington com altos oficiais militares europeus para debater garantias de um possível acordo de paz na Ucrânia, após o presidente Donald Trump ter descartado o envio de tropas americanas para apoio.

Em uma iniciativa diplomática para encerrar o conflito, Trump recebeu na Casa Branca o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, e os principais líderes da União Europeia na segunda-feira, poucos dias depois de sua histórica reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca.

Trump afirmou que Putin, com quem conversou ao telefone durante o encontro, concordou em se encontrar com Zelensky e aceitar algumas garantias de segurança ocidentais para a Ucrânia frente à Rússia; propostas recebidas com cautela por Kiev e pelos líderes europeus.

Putin sugeriu realizar a cúpula com Zelensky em Moscou, segundo três fontes próximas à conversa telefônica de Trump. Uma das fontes informou que Zelensky rejeitou essa localização imediatamente.

Enquanto os líderes ocidentais buscam viabilizar um acordo, o chefe do Estado-Maior dos EUA, general Dan Caine, conversa com militares europeus em Washington sobre as melhores alternativas para uma possível trégua, conforme indicado por um funcionário de defesa à AFP.

Essas reuniões ocorrem antes da sessão virtual dos chefes militares da OTAN, programada para quarta-feira, na qual Caine deverá participar.

Trump tem criticado fortemente a ajuda financeira americana à Ucrânia e afirmou que as nações europeias assumiriam a responsabilidade de enviar tropas para garantir qualquer acordo, uma ideia considerada pela França e pelo Reino Unido.

“Quanto à segurança, eles estão dispostos a enviar pessoal ao solo”, declarou Trump à Fox News.

O presidente garantiu que tropas terrestres americanas não serão enviadas para a Ucrânia e reafirmou que o país não se unirá à OTAN.

Por outro lado, demonstrou disponibilidade para ajudar com suporte aéreo.

Trump tem alinhado sua posição à de Putin, atribuindo as ambições de Kiev de aderir à OTAN como a causa da guerra, que já causou a morte de dezenas de milhares de pessoas.

Por sua vez, líderes europeus, a Ucrânia e o ex-presidente Joe Biden consideram esse argumento um pretexto, apontando que a origem do conflito está nas afirmações de Putin que negam a legitimidade histórica da Ucrânia.

Coalizão de voluntários

Após o encontro com Trump, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, convocaram cerca de 30 aliados da Ucrânia, conhecidos como a “coalizão de voluntários”, para consultas online.

Starmer informou que equipes da coalizão e representantes americanos se reunirão em breve para discutir garantias de segurança e preparar o possível envio de forças caso o conflito cesse, conforme declarado por um porta-voz do Downing Street.

Os líderes também conversaram sobre aumentar a pressão sobre Putin, incluindo por meio de sanções, até que ele demonstre disposição para encerrar a invasão.

Genebra como local da cúpula

A Rússia advertiu que qualquer solução deve proteger também seus interesses.

O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, afirmou que o acordo deve garantir os direitos das pessoas de língua russa na Ucrânia, argumento usado por Moscou para justificar sua ação militar.

Macron expressou à emissora LCI sua preferência por Genebra como sede da cúpula bilateral, local histórico para negociações de paz.

O chanceler suíço, Ignazio Cassis, declarou que seu país concederia imunidade ao presidente russo caso ele participasse da conferência de paz, apesar da ordem internacional de detenção contra ele.

Macron e o chanceler alemão, Friedrich Merz, indicaram que a cúpula pode ocorrer nas próximas duas semanas.

Trump busca uma cúpula trilateral envolvendo sua participação, enquanto Macron pediu um encontro a quatro para incluir os europeus, essenciais para a segurança da Ucrânia.

A Casa Branca não comentou a informação divulgada pela mídia Politico, que apontou Budapeste como possível local para a reunião com Putin.

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