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Aziz atribui derrota no comando da CPI do INSS à falta de articulação do governo
O senador Omar Aziz (PSD-AM), derrotado na eleição para presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS, afirmou que a razão para a perda do comando da comissão foi a falta de articulação por parte do governo. Mesmo sendo apontado como favorito e contando com apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Aziz acabou superado pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), que venceu com 17 votos contra 13 de Aziz.
Ao comentar a derrota, Aziz considerou que não liderar a CPI pode ter sido um ‘livramento’. Ele destacou que a oposição se mobilizou eficazmente para garantir a vitória, enquanto setores do governo, como o MDB na Câmara, tiveram ausências importantes na votação. Já o PL manteve presença completa, o que explica o resultado.
A eleição de Viana foi fruto de uma articulação rápida e eficiente da oposição, que garantiu uma vantagem confortável. A CPI foi criada para investigar possíveis descontos irregulares em aposentadorias e pensões, um suposto esquema que, conforme investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), teria provocado prejuízos superiores a R$ 6,4 bilhões.
A base aliada do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, atribuiu a derrota à ausência de uma articulação firme dentro dos partidos do governo. Viana agradeceu aos 17 senadores que apoiaram sua candidatura e indicou Alfredo Gaspar (União-AL) como relator da CPI.
A configuração atual proporciona maior espaço para a oposição na comissão. Das 30 vagas disponíveis, apenas oito ficaram com representantes contrários ao governo, divididos entre Câmara e Senado. Com Viana no comando, o Planalto poderá enfrentar dificuldades maiores ao longo dos trabalhos da CPI.
O grupo governista pretende vincular as fraudes investigadas a administrações anteriores, principalmente ao período do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Parlamentares do PT, entre eles Paulo Pimenta (RS), Alencar Santana (SP), Rogério Carvalho (SE) e Fabiano Contarato (ES), participam ativamente da comissão e devem reforçar essa narrativa.
Entre os temas mais sensíveis para o governo estão as possíveis convocações de autoridades como o ministro da Previdência, Carlos Lupi, seu antecessor Wolney Queiroz, o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, e o ex-chefe do instituto, Alessandro Stefanutto.
Além disso, parlamentares alinhados a Bolsonaro pressionam para ouvir Frei Chico, irmão do presidente Lula, que possui ligação com o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). Embora a entidade tenha sido mencionada em relatório da CGU sobre possíveis irregularidades, Frei Chico não está sob investigação, e o sindicato nega qualquer fraude.

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