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Economia

Tarifaço pode causar perda de até 20 mil empregos na indústria têxtil

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A indústria têxtil do Brasil enfrenta um risco significativo, com possibilidade de perder até 5 mil empregos diretos e 15 mil indiretos. Essa estimativa surge devido ao impacto das tarifas de 50% aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o que pode afetar as exportações para aquele país se essas vendas não forem absorvidas pelo mercado interno ou redirecionadas para outras regiões. A previsão é da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

Fernando Valente Pimentel, presidente emérito e superintendente da Abit, declarou durante uma coletiva: “Essa é a dimensão do problema, mas não estamos adotando uma postura pessimista. Continuaremos com a diplomacia empresarial”.

Os Estados Unidos representam o quarto maior destino das exportações brasileiras de têxteis. O setor vinha apresentando crescimento anual médio de 14%. No ano anterior, as transações somaram US$ 68 milhões, incluindo US$ 46 milhões em têxteis e US$ 22 milhões em vestuário.

O mercado americano consome majoritariamente artigos como meias, moda praia e feminina produzidos no Brasil, enquanto a demanda dos EUA é principalmente atendida por países como China e Vietnã.

O saldo comercial dos EUA com o Brasil no setor têxtil é positivo para os americanos, que vendem mais do que compram de empresas brasileiras, resultando em um déficit de US$ 74 milhões para o Brasil no ano anterior. Apenas os cordéis de sisal foram isentos de tarifas por parte dos EUA.

Fernando Valente Pimentel projeta que o déficit poderá crescer em US$ 38 milhões neste ano e comenta: “Isso é muito prejudicial. O mercado americano é o maior e mais seguro do mundo uma vez consolidado. Seguiremos negociando e esperamos que a razão prevaleça, pois essas medidas não têm justificativa”.

Diante dessa conjuntura, as empresas do setor estão buscando aumentar a presença de seus produtos no mercado nacional e fortalecer laços com outros mercados já estabelecidos, especialmente Canadá e Portugal, países com grande comunidade brasileira.

Na primeira metade do ano, a produção têxtil no Brasil cresceu 11,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior; o segmento de vestuário teve alta de 1,8%, e o varejo de roupas avançou 5,5%.

Colaboração com produtores de algodão

Além disso, Fernando Valente Pimentel anunciou uma parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) para desenvolver uma iniciativa focada em valorizar e produzir matérias-primas nacionais, como o algodão.

Ele ressaltou que estão se preparando para futuros acordos comerciais, como o do Mercosul com a União Europeia, visando posicionar o Brasil como uma plataforma produtora de destaque.

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