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Antártida vive rápido avanço de mudanças climáticas

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A Antártida está passando por mudanças rápidas e preocupantes que podem ter impactos graves para o mundo inteiro, conforme alerta um grupo de pesquisadores em um estudo publicado na revista Nature em 20 de setembro.

Os cientistas, a maioria da Austrália, destacam evidências de transformações aceleradas no ambiente antártico, como o encolhimento do gelo marinho, a diminuição da velocidade de uma corrente oceânica, o derretimento das camadas de gelo e ameaças à sobrevivência de espécies, como os pinguins-imperadores.

Nerilie Abram, pesquisadora da Universidade Nacional da Austrália e autora principal do estudo, resume: “A Antártida exibe sinais alarmantes em relação ao gelo, ao oceano e aos ecossistemas. Algumas dessas mudanças rápidas serão difíceis de reverter e terão efeitos duradouros para as futuras gerações.”

Há anos os cientistas alertam sobre os perigos das alterações climáticas provocadas pelo ser humano para a Antártida e as possíveis consequências catastróficas, como a elevação do nível do mar decorrente do derretimento do gelo.

O estudo também evidencia como essas mudanças estão conectadas e podem intensificar o aquecimento global, explica Nerilie Abram.

Quando o gelo marinho recua, sua capacidade de refletir a luz solar diminui, aumentando o aquecimento da região (efeito albedo).

Um estudo do British Antarctic Survey, publicado em junho, revelou que as populações de pinguins-imperadores estão diminuindo mais rapidamente do que o esperado devido à redução do gelo marinho.

A desaceleração da corrente oceânica que circula a Antártida e o derretimento da camada de gelo formam um ciclo que se reforça, contribuindo para o aumento do aquecimento global e do nível do mar ao longo do tempo.

A camada de gelo da Antártida Ocidental já foi identificada pelos cientistas como estando em risco de colapso irreversível por causa do aumento das temperaturas.

Diferentemente do gelo marinho, o derretimento dessa camada eleva o nível dos oceanos, um processo que pode durar séculos e continuar mesmo que haja estabilidade climática.

Essa parte da Antártida contém gelo suficiente para elevar o nível do mar global em cerca de seis metros, sendo que metade dessa quantia, cerca de três metros, corre risco de colapsar em um futuro próximo.

Segundo os autores, a única forma segura de diminuir as chances de mudanças bruscas no ambiente antártico é realizar cortes rápidos e severos nas emissões de CO2 ainda nesta década, buscando limitar o aquecimento global a 1,5 °C, conforme o limite mais ambicioso do Acordo de Paris.

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