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Turismo e pesquisa deixam rastros de poluição na Antártida

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A Antártida tem apresentado sinais crescentes de poluição devido ao turismo e às operações científicas, apontou um estudo divulgado nesta quarta-feira (20) na revista Nature Sustainability.

Na região da península Antártica mais visitada, foi constatado um aumento de dez vezes na concentração de metais pesados poluentes na neve em comparação a 40 anos atrás, conforme a pesquisa que analisou o impacto desses elementos.

Nas últimas vinte anos, o número de visitantes subiu de aproximadamente 20 mil para cerca de 120 mil, segundo a Associação Internacional de Operadores Turísticos da Antártida (IAATO).

Raúl Cordero, cientista da Universidade de Groningen e coautor do trabalho intitulado “Vestígios de metais pesados na neve antártica provenientes da pesquisa e do turismo”, afirmou que essa presença humana crescente traz preocupações devido aos poluentes originados da queima de combustíveis fósseis em navios, veículos e aviões, que liberam partículas contendo elementos como cromo, níquel, cobre, zinco e chumbo.

O pesquisador destacou que a neve na Antártida está derretendo mais rapidamente nas áreas visitadas por turistas devido à poluição. Ele salientou, ainda, que cada turista pode acelerar o derretimento de aproximadamente 100 toneladas de neve.

O estudo envolveu uma equipe de cientistas do Chile, Alemanha e Países Baixos que percorreu cerca de 2 mil quilômetros no continente durante quatro anos, realizando medições da presença desses materiais.

Além dos turistas, as expedições científicas, frequentemente com estadias mais longas, têm contribuído ainda mais significativamente para o aumento dos metais poluentes, podendo causar um impacto até dez vezes maior do que o de um turista, explicou Cordero.

Os autores do estudo reconheceram avanços na proteção ambiental da Antártida, como a proibição do uso de óleo combustível pesado e a adoção de embarcações híbridas que utilizam eletricidade junto com combustíveis fósseis.

No entanto, recomendam acelerar a transição para fontes de energia limpa e reduzir o uso de combustíveis fósseis, especialmente próximo a áreas sensíveis.

Além da poluição causada por atividades humanas, o derretimento acelerado da neve e do gelo na Antártida também é uma consequência das mudanças climáticas. Dados da Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) indicam que desde 2002 o continente perde anualmente cerca de 135 bilhões de toneladas de gelo e neve.

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