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PF apresenta provas contra Bolsonaro por coagir STF

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A Polícia Federal (PF) identificou transferências de recursos, trocas de mensagens e uma espécie de entrevista conduzida por um advogado estrangeiro como provas de que o ex-presidente Jair Bolsonaro cometeu o crime de coação durante o andamento de um processo judicial.

Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foram denunciados por tentar atrapalhar o andamento da investigação sobre um plano golpista em que o ex-presidente é réu.

Uma das principais evidências é o envio de dinheiro feito por Bolsonaro ao filho, que reside nos Estados Unidos desde fevereiro e tem se encontrado com membros do governo de Donald Trump para solicitar sanções contra autoridades brasileiras. Segundo a PF, o ex-presidente pretendia financiar as ações do filho no exterior.

Foram detectadas seis transferências entre janeiro e abril, somando R$111 mil, desacompanhadas de controles legais. Em maio, houve um repasse único de R$2 milhões.

Também foram encontradas diversas mensagens entre Bolsonaro, Eduardo e o pastor Silas Malafaia, que também está sob investigação.

Eduardo Bolsonaro relatou reuniões e alertou em julho sobre a proximidade da aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes pelo governo americano, que prevê sanções financeiras.

Em outra conversa, o deputado comenta que se uma anistia parcial fosse aprovada no Congresso, o apoio dos Estados Unidos a Bolsonaro cessaria. Isso se referia a um projeto que contemplaria apenas os executores dos atos golpistas, não os organizadores, entre eles o ex-presidente.

O relatório conclui que os investigados agiram para enganar autoridades estrangeiras e conseguir sanções contra o Brasil e suas autoridades, visando fins pessoais ilícitos e a impunidade decorrente de uma possível condenação criminal.

Há ainda mensagens entre Bolsonaro e o advogado Martin De Luca, que representa a empresa Rumble e a Trump Media & Technology Group em processos contra Alexandre de Moraes nos EUA. Bolsonaro buscava orientação para uma mensagem sobre tarifas impostas ao Brasil por Donald Trump.

Segundo a PF, esses diálogos indicam que o ex-presidente age subordinado a interesses estrangeiros para comprometer a independência dos poderes no Brasil, especialmente o Judiciário, usando atos de coação.

Na sede do PL foi encontrado um documento intitulado “Privileged & Confidential Attorney Work Product Draft” — termo jurídico americano que significa “Privilegiado e Confidencial – Rascunho de Trabalho do Advogado”. O texto contém perguntas dirigidas a Bolsonaro sobre sua estratégia política e posição diante de reformas judiciais.

A PF vê o documento como uma entrevista feita por profissionais jurídicos para fins de coletar informações estratégicas sobre soberania nacional, associando-o às conversas com Martin De Luca.

O relatório aponta indícios de que dados estratégicos sobre cenários eleitorais e políticos foram repassados em troca de apoio internacional para objetivos ilícitos.

Em nota divulgada nas redes sociais, o deputado Eduardo Bolsonaro afirmou que sua atuação nos EUA nunca teve a intenção de interferir em processos no Brasil, e sim de defender liberdades individuais. Ele chamou o indiciamento pela PF de “absolutamente delirante”, ressaltando que reside nos EUA e está protegido pela legislação local.

Eduardo Bolsonaro lamentou que a PF trate como crime o vazamento de conversas pessoais comuns entre pai, filho e aliados e acusou a investigação de visar desgaste político. Ele declarou ainda que, se lutar contra a “ditadura brasileira” for crime, assume sua culpa.

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