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Operação israelense avança em Gaza

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Com bombardeios e manobras militares, o Exército israelense intensificou a ofensiva na Cidade de Gaza nesta quinta-feira (21), visando conquistar o que considera o último forte importante do grupo Hamas no território palestino.

Cinco divisões do Exército estão envolvidas na ação, que deve contar ainda com a convocação de mais 60.000 reservistas.

Essa escalada ocorre enquanto mediadores – Estados Unidos, Egito e Catar – aguardam uma resposta oficial do governo de Benjamin Netanyahu a uma proposta de cessar-fogo, que já foi aceita pelo Hamas e que permitiria a liberação dos reféns israelenses.

“Vamos intensificar nossos bombardeios contra o Hamas em Gaza. Iniciamos as operações preliminares”, anunciou na quarta-feira o porta-voz do Exército, general Effie Defrin.

“Nossas forças estão próximas da cidade. Estamos criando as condições para recuperar os reféns”, ressaltou ele.

O gabinete de segurança liderado pelo primeiro-ministro Netanyahu autorizou, no começo de agosto, um plano para tomar a cidade e os campos de refugiados próximos, controlar toda a Faixa de Gaza, libertar reféns e desarmar o Hamas.

Atualmente, 49 reféns estão em cativeiro, mas 27 foram dados como mortos pelo Exército. Durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que iniciou o conflito, os militantes capturaram 21 pessoas.

“Guerrilha em apuros”

Desde o início do conflito, Israel mantém um cerco rigoroso aos mais de dois milhões de habitantes da Faixa de Gaza, controlando agora 75% do território. Essa operação retaliatória causou dezenas de milhares de mortes e uma grave crise humanitária.

Diversos bairros da Cidade de Gaza, maior centro urbano do território, enfrentam forte bombardeio aéreo e de artilharia, especialmente nas regiões de Zeitoun e Al Sabra.

Os ataques continuaram nesta quinta-feira, conforme relatos. Muitos moradores buscaram refúgio em áreas mais ao oeste e sul.

“O Hamas atual não é o mesmo de antes. De uma organização terrorista militarizada, foi reduzido a um grupo guerrilheiro enfraquecido e pressionado”, disse o general Defrin.

Desde maio, “altos comandantes do Hamas foram eliminados, cerca de 2.000 militantes neutralizados, cinco divisões estão combatendo no terreno, dois corredores estratégicos foram abertos e quase 10.000 alvos foram atingidos”, detalhou o general.

Na quarta-feira, o ministro da Defesa, Israel Katz, aprovou o avanço na Cidade de Gaza. Segundo a imprensa, Netanyahu deve reunir seu gabinete para a confirmação final da ofensiva.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, mediador em trocas anteriores de reféns, condenou a intensificação dos combates, qualificando-a como “intolerável”.

“Isso significa mais mortos, mais deslocamentos, maior destruição e pânico”, disse à AFP o porta-voz do CICV, Christian Cardon. “Gaza é uma área fechada, onde ninguém pode sair, e o acesso a cuidados médicos, alimentos e água potável está diminuindo”, completou.

Reação do Hamas e negociações

O Hamas, que aceitou a proposta atual de trégua, afirmou que a operação demonstra “desconsideração total pelos esforços de mediação”.

Em comunicado na quarta-feira, acusou Netanyahu de ser o obstáculo real para o acordo, afirmando que ele não valoriza a vida dos reféns nem tem intenção séria de resgatá-los.

A proposta de cessar-fogo baseia-se em um plano do enviado americano Steve Witkoff, já validado por Israel.

Ela prevê a libertação de 10 reféns vivos e os corpos de 18 mortos em troca de um cessar-fogo de 60 dias e negociações para o fim do conflito. A liberação dos demais reféns seria tratada numa segunda etapa, segundo fontes do Hamas e da Jihad Islâmica.

Um alto funcionário israelense recentemente afirmou que a política do gabinete de Netanyahu permanece a mesma, exigindo a libertação de todos os reféns de uma só vez, conforme os princípios definidos para a resolução da guerra.

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