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MPSP acusa vice-prefeito de racismo contra segurança do Palmeiras

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O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) formalizou uma denúncia nesta quarta-feira (20/8) contra o vice-prefeito de São José do Rio Preto, Fábio Marcondes (PL), solicitando a perda de seu mandato devido a atos de injúria racial contra um segurança do Palmeiras. O incidente ocorreu em fevereiro deste ano, após um jogo de futebol em Mirassol, quando o político dirigiu insultos racistas ao funcionário do clube, chamando-o de “macaco”.

Durante o tumulto na área de acesso aos vestiários, houve confusão entre membros das duas equipes, e Marcondes foi filmado proferindo ofensas ao funcionário. Segundo o Palmeiras, ele teria utilizado o termo “macaco velho”, o que suscitou a reação imediata de outro profissional presente, que repudiou o ato: “Racismo, não”.

Após investigações e inquérito conduzido pela polícia, o promotor de Mirassol, José Sílvio Codogno, apresentou a denúncia, com base em gravações que comprovam as ofensas verbais e depoimentos que corroboram o crime racial.

No pedido encaminhado à Justiça, o promotor requer a condenação de Marcondes, além da imposição de multa equivalente a no mínimo 50 salários mínimos.

“O crime de racismo, que inclui a injúria racial, possui gravidade extrema, sendo considerado inafiançável e imprescritível”, escreveu o promotor na denúncia.

Durante o processo investigativo, dois laudos periciais haviam sugerido que o vice-prefeito teria utilizado a expressão “paca veia” em vez de termos racistas. Contudo, o delegado responsável pelo caso, Renato Camacho, afirmou ser praticamente impossível negar a autoria das palavras ofensivas após análise detalhada das imagens e uso de inteligência artificial, que confirmou o uso do termo “macaco velho”.

A defesa de Marcondes, representada pelo advogado Edlênio Xavier, criticou a denúncia, alegando que ela desconsidera o laudo oficial e se baseia em parecer de inteligência artificial, além de dar valor excessivo a testemunhas sem detalhar seus depoimentos.

Com a oficialização da denúncia, o processo seguirá trâmite na Justiça de São Paulo, que decidirá sobre as acusações e as solicitações do MPSP.

Em resposta, o advogado Euro Bento Maciel Filho, que representa o segurança ofensido, afirmou que a denúncia foi aceita pelo Tribunal de Justiça, o que marca a progressão do caso para nova fase processual, em que o acusado se tornará réu e deverá apresentar sua defesa para evitar condenação criminal.

“Com o recebimento da denúncia, uma etapa distinta começa. O acusado agora terá de se defender para evitar uma futura condenação e todas as suas consequências legais”, destacou o advogado.

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