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Ofensas entre Bolsonaro, Eduardo e Malafaia

A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quarta-feira (20), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sob a acusação de coação no curso do processo e tentativa de derrubada do Estado Democrático de Direito.
O relatório final da PF revelou trocas de mensagens entre os políticos e seus aliados que, segundo a corporação, indicam a participação deles na articulação de sanções dos Estados Unidos contra o Brasil. Essas conversas incluem ofensas e linguagem agressiva.
Em uma das mensagens, Eduardo xingou o pai ao criticar seu apoio ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Em entrevista, Bolsonaro chamou o filho de “imaturo” após as críticas feitas ao governador, o que desagradou Eduardo.
“Eu ia deixar de lado a questão do Tarcísio, mas por causa dos elogios que você me fez no Poder360, estou pensando em reagir fortemente contra ele, para ver se você aprende. VTNC, seu ingrato do c****! Estou me esforçando aqui (nos EUA)! Você ainda se beneficia disso e se f*** daí!”, escreveu Eduardo em 15 de julho.
Em resposta às críticas do pai, ele continuou: “Se o imaturo do seu filho de 40 anos não conseguir negociar lá, e você me menosprezar, quem vai sofrer as consequências será você, e isso marcará minha vida para sempre. Tenha responsabilidade!”
Bolsonaro disse que resolveria a questão em outra entrevista, e Eduardo pediu que ele se mantivesse afastado do assunto. O ex-presidente também compartilhou uma reportagem do GLOBO sobre o conflito envolvendo Tarcísio e Eduardo.
‘Estúpido de marca maior’
O documento da PF também mostrou uma conversa entre Bolsonaro e um dos seus principais apoiadores, o pastor Silas Malafaia. Embora não tenha sido indiciado, a PF apontou que o líder religioso tem participado ativamente na definição de estratégias para coagir e disseminar narrativas falsas, além de coordenar ações contra membros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em mensagens de 11 de julho, o pastor criticou os “discursos nacionalistas” de Eduardo e destacou que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), outro filho do ex-presidente, adota uma postura mais apropriada para lidar com o tarifaço e buscar anistia para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
“Desculpa, Presidente! Esse seu filho Eduardo é um babaca, inexperiente, que está fortalecendo Lula e a esquerda com seu discurso nacionalista enquanto prejudica você. Um estúpido de marca maior”, escreveu Malafaia. “Você tem todo o poder nas mãos, e não podemos desperdiçar isso. E aí vem seu filho babaca falar besteiras, apoiando o discurso nacionalista, quando sei que você não é a favor disso. Dei uma bronca nele, mandei um áudio sério. Disse para ele: ‘se continuar, vou gravar um vídeo e te detonar’.”
Indiciamento
Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro foram formalmente indiciados pela Polícia Federal por supostamente terem articulado sanções do governo do ex-presidente Donald Trump contra ministros do STF durante o julgamento que investiga a trama golpista sob responsabilidade do ex-presidente.
O inquérito foi aberto em maio pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A PGR indicou suspeitas de crimes como obstrução de Justiça e tentativa de abolição do Estado democrático de direito, podendo a pena somar até 12 anos.
Eduardo reside nos Estados Unidos e tem buscado articular com o governo norte-americano a narrativa de que seu pai é alvo de perseguição política, visando pressionar autoridades brasileiras. Além do tarifaço aplicado contra produtos brasileiros, que usa como justificativa o processo em andamento no Supremo contra Bolsonaro, o governo Trump impôs sanções contra ministros da Corte, inclusive contra Alexandre de Moraes, sob a lei Magnitsky.

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