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Putin pede controle do Donbass e garante que Ucrânia não vá para Otan nem receba tropas ocidentais

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, exigiu que a Ucrânia renuncie à região do Donbass, localizada no leste do país, abandone o plano de ingressar na Otan e mantenha neutralidade na Europa para que haja paz, segundo anunciou a agência Reuters nesta quinta-feira, 21. Três fontes próximas às negociações do Kremlin e às conversas entre Putin e o presidente Donald Trump na cúpula do Alasca, em 15 de março, confirmaram essas informações.

Até então, os detalhes do diálogo entre os dois chefes de estado eram desconhecidos. Após o encontro, ambos disseram que as discussões poderiam favorecer a paz na Ucrânia, mas não revelaram detalhes adicionais.

Atualmente, as demandas territoriais de Moscou são mais moderadas comparadas às feitas há um ano, quando pleiteava a anexação das regiões de Donetsk e Luhansk (que compõem o Donbass), Kherson e Zaporizhzhia. Hoje, a Rússia controla a maior parte dessas áreas, incluindo toda Luhansk.

Na proposta atual, Putin insiste na saída total da Ucrânia das áreas do Donbass ainda sob seu domínio, conforme relatado pelas fontes. Em troca, Moscou se comprometeria a suspender confrontos nas regiões de Zaporizhzhia e Kherson. Pequenas porções sob controle russo em Kharkiv, Sumi e Dnipropetrovsk também poderiam estar abertas a negociação.

Outra exigência do presidente russo é a renúncia da Ucrânia à entrada na Otan e uma garantia da aliança de que não haverá expansão para o leste. Ele também quer impor restrições ao exército ucraniano e assegurar que nenhuma tropa ocidental seja enviada ao país como forças de paz.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, declarou em coletiva nesta quarta-feira que Moscou deseja participar das discussões sobre garantias de segurança para a Ucrânia. “Negociar garantias de segurança sem a Federação Russa é uma utopia, um caminho sem futuro”, afirmou. Kiev rejeita essa ideia.

Essas demandas evidenciam as diferenças entre as visões de Kiev e Moscou para o fim do conflito, demonstrando como a paz ainda é difícil de alcançar, mesmo após três anos de guerra.

O presidente ucraniano Volodmir Zelenski tem repetidamente rejeitado a possibilidade de ceder territórios como parte de um acordo, ressaltando que Donbass é uma barreira importante contra avanços russos.

“Se falamos apenas em recuar no leste, não podemos aceitar”, declarou ele, conforme informações divulgadas por Kiev. “Essa é uma questão vital para nossa sobrevivência, pois ali estão as linhas defensivas mais fortes.”

A entrada na Otan é um objetivo estratégico inscrito na constituição da Ucrânia, considerado por Kiev como a principal garantia de segurança futura. Zelenski afirma que a decisão sobre adesão não cabe à Rússia.

Apesar disso, interlocutores da Reuters destacam que a cúpula do Alasca gerou a melhor oportunidade de paz desde o início da guerra, devido aos debates específicos sobre as demandas russas. Pareceu haver disposição de Putin para negociar.

Putin está aberto à paz e ao compromisso. Essa foi a mensagem passada a Trump“, disse uma das fontes.

Contudo, a cúpula não esclareceu se os Estados Unidos aceitarão reconhecer territórios anexados por Moscou durante o conflito. O tema não parece preocupar Trump, que em diversas ocasiões mencionou a possibilidade de troca de territórios para assegurar a paz.

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