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Economia

BRB exclui Vorcaro da gestão do Master e estima nova instituição em R$ 100 bi

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O Banco de Brasília (BRB) anunciou na sexta-feira, 22, através de um comunicado oficial, que o banqueiro Daniel Vorcaro, proprietário do banco Master, não participará da administração do novo grupo formado caso a aquisição entre as duas instituições seja aprovada. Em março, o BRB apresentou uma proposta para adquirir parte do Master, que ainda aguarda autorização do Banco Central.

Segundo o acordo entre as partes, será formado um novo grupo controlador, onde os atuais donos não terão influência nas decisões políticas ou na gestão do Banco Master.

Com a proposta, o BRB deverá adquirir 49% das ações ordinárias com direito a voto, além de 100% das ações preferenciais do Master, totalizando 58% dos papéis do banco. O valor estimado para a transação anunciada em março era de aproximadamente R$ 2 bilhões.

Se aprovada, a fusão formará um conglomerado BRB/Master com ativos na ordem de R$ 100 bilhões. O escopo da compra foi revisto: BRB comprará ativos do Master que somam R$ 24 bilhões e deixará para trás ativos avaliados em R$ 51,2 bilhões, incluindo:

  • Precatórios: R$ 9,43 bilhões
  • Operações de crédito sem garantias ou concentradas: R$ 7,59 bilhões
  • Direitos creditórios e ações: R$ 19,48 bilhões
  • Certificados de recebíveis imobiliários: R$ 2,47 bilhões
  • Outros créditos: R$ 12,28 bilhões

Do lado dos passivos, o BRB informou que aproximadamente R$ 33 bilhões em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) a 120% do CDI foram excluídos da operação.

Além disso, uma auditoria apontou ajustes de R$ 601,9 milhões no patrimônio do Master, associados a questões tributárias, trabalhistas e valores a receber, que serão regularizados antes da conclusão da compra. Os acionistas também reforçaram provisões de crédito em cerca de R$ 2 bilhões para melhorar a cobertura sobre a carteira de crédito.

Segundo o BRB, a aquisição proporcionará um aumento no lucro do banco estimado em R$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos, conforme o plano de negócios elaborado para sustentar a operação. O banco planeja pagar 75% do patrimônio líquido consolidado do Master, sendo metade imediatamente e o restante em seis anos, garantido em uma conta segura.

O BRB destaca que os próximos passos envolvem aprovação do Banco Central, reorganização societária do Banco Master e auditoria confirmatória do preço e avaliação dos ativos e passivos pela instituição e independentes.

Investigação

Paralelamente, deputados do Partido dos Trabalhadores solicitaram à Polícia Federal a abertura de inquérito para investigar possíveis irregularidades na administração do Banco Master, apontadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Segundo essa entidade, o Master investiu cerca de R$ 2,1 bilhões em empresas sem capacidade econômica para garantir retorno, o que pode comprometer gravemente sua solidez financeira.

Recentemente, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), sancionou a lei que autoriza o BRB a adquirir parte do banco Master.

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