Malafaia critica ação da PF e chama Moraes de autoritário

Silas Malafaia, alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal, declarou que não teme uma possível prisão. Em um culto na Assembleia de Deus Vitória em Cristo, localizada na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, ele afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, comanda uma instituição repressiva, equiparando-a a uma polícia política.

Durante sua chegada ao templo, foi saudado com aplausos, gritos de incentivo e cartazes exaltando sua coragem e sua voz. O telão mostrava mensagens de apoio e uma bandeira do Brasil era exibida.

Malafaia mencionou ter apoiado diversos políticos ao longo dos anos e manifestou insatisfação ao relatar que seus cadernos de discursos foram todos recolhidos pela Polícia Federal, mesmo após pedido para que pudesse ficar com ao menos um deles.

Ele afirmou que a ação estava sob ordens diretas do ministro Alexandre de Moraes e contestou a legitimidade da polícia, afirmando que esta atua como uma polícia política.

O pastor, falando como cidadão, não como líder religioso, garantiu que não teme represálias ou prisão: “Ele escolheu a pessoa errada, pois não temo ser preso ou amedrontado”.

Continuou afirmando que o ministro será julgado segundo as leis brasileiras ou divinas, sem desejar mal, mas com a certeza de que a hora da justiça chegará.

Sobre as conversas divulgadas com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que constam em relatórios da investigação, ele destacou sua independência política, negando ser associado a qualquer grupo político específico, criticando ou elogiando conforme sua convicção pessoal e seu papel profético.

Esses diálogos e áudios fazem parte do inquérito que investigou tentativas de interferência indevida em processos judiciais envolvendo Bolsonaro e seu filho.

Silas Malafaia preside a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, uma das maiores comunidades pentecostais do Brasil, e foi conselheiro próximo de Bolsonaro durante seu governo. Desde o término do mandato de Bolsonaro, tornou-se um dos principais organizadores de manifestações em apoio ao ex-presidente.