Fitch alerta risco e vê desaceleração dos EUA em 2025

A Fitch Ratings emitiu um alerta nesta sexta-feira, 22, sobre indícios de tensão na política econômica dos Estados Unidos. No comunicado, a agência destacou críticas constantes do governo americano ao presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, além da demissão da chefe do Escritório de Estatísticas do Trabalho (BLS), o que levantou temores sobre possível interferência nos dados econômicos e na política monetária.

A Fitch projeta uma desaceleração do crescimento econômico americano para 1,5% em 2025, frente aos 2,8% previstos para 2024. Essa queda é atribuída a tarifas elevadas, cortes nos gastos públicos, restrições na imigração nas fronteiras e aumento da instabilidade política. Em 2026, a previsão é de continuidade da expansão em 1,5%, com aceleração para 2,1% em 2027.

Quanto à política monetária, a agência espera que o banco central aja de forma cautelosa, realizando um corte de 25 pontos-base nos juros ainda neste ano, seguido de três novas reduções em 2026, mesmo diante da inflação persistente. A taxa do índice de preços ao consumidor (CPI) está estimada em 3,8% até dezembro deste ano.

A Fitch também ressaltou que o dólar mantém sua flexibilidade financeira graças à sua condição como principal moeda de reserva global, assegurando capacidade de financiamento mesmo com o aumento da dívida.

“A Fitch acredita que o dólar continuará predominando como moeda de reserva no futuro próximo, apesar das incertezas políticas internas e preocupações relacionadas à possível erosão dos mecanismos institucionais de controle e equilíbrio”, afirmou a agência.

No âmbito da governança e dos critérios ESG, os Estados Unidos apresentam desempenho consistente, destacando-se pela forte capacidade institucional, respeito ao Estado de Direito e baixos índices de corrupção, segundo a Fitch.

Na avaliação mais recente, a agência confirmou a classificação de crédito de longo prazo dos Estados Unidos em moeda estrangeira como “AA+”, mantendo a perspectiva estável.