CPI dos Pancadões convoca Bia Miranda e Gato Preto para depoimento

Bia Miranda e Gato Preto, influenciadores digitais, foram chamados para prestar depoimento pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Pancadões, que investiga a organização de festas funk clandestinas.

A convocação ocorreu na quarta-feira, 20 de agosto, e relacionou a dupla com bailes funk e atividades ligadas ao crime organizado, de modo geral.

O vereador justificou que os ‘pancadões’ são frequentemente divulgados e promovidos por artistas e influenciadores nas redes sociais, o que pode levar à confusão entre cantores e possíveis integrantes de organizações criminosas.

Essa intimação aconteceu na mesma semana em que Bia Miranda e Gato Preto sofreram um acidente automobilístico na Avenida Faria Lima, zona oeste de São Paulo, evento que teve ampla cobertura na mídia, inclusive com a detenção do influenciador.

Justificativas do vereador

Segundo o presidente da CPI, os dois são nomes importantes na cena do funk e das redes sociais, tendo forte ligação com artistas associados à chamada narco-cultura.

Além da influência digital, a convocação se baseia em investigações da Polícia, por meio da Bets, que apuram lavagem de dinheiro ligada a facções criminosas.

Rubinho Nunes afirmou que a participação dos convocados é essencial para esclarecer a conexão entre a promoção de pancadões, a difusão do funk nas redes sociais e o crime organizado. Segundo ele, há evidências robustas que indicam a ligação direta entre festas clandestinas, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

O vereador declarou: “Não será tolerada a arrogância de influenciadores. Samuel ‘Gato Preto’ e Bia Miranda devem responder legalmente por seus atos. A era da irresponsabilidade chegou ao fim”.

Objetivos da CPI

A Comissão busca aprofundar o entendimento de como influenciadores digitais e artistas podem ser peças-chave em esquemas que fortalecem facções criminosas e enfraquecem o Estado.

Outros convocados para depor

Além dos citados, foram chamados para prestar depoimento outros nomes ligados ao cenário musical e social, como:

• Giliard Santos, conhecido por aparecer em uma festa no Rio de Janeiro enquanto sua mãe estava presa, atuando como influenciador.
• Salvador da Rima, figura popular na nova geração do rap e funk, investigado por suposta ligação com tráfico de drogas.
• Danielzinho do Grau, influenciador e amigo de Oruan, ganhou destaque após reagir a um assalto.
• MC Ryan SP, conhecido fenômeno do funk que enfrentou processos por uso indevido de músicas.
• MC Dricka, uma das principais artistas dos bailes funk nas periferias paulistanas, famosa por letras fortes e diretas.
• Raul Nunes, fundador do coletivo “Clube da DZ7”.
• Responsáveis pelas páginas nas redes sociais da Fluxos Records e da gravadora Ritmo dos Fluxo.