Lula critica países ricos por usar crime para invadir soberania

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou nesta sexta-feira (22) críticas severas a nações desenvolvidas por sua interferência nas políticas internas de países latino-americanos. Sem mencionar diretamente os Estados Unidos e a Venezuela, o presidente condenou a utilização do “combate ao crime organizado” como justificativa para violar a soberania nacional.

Além disso, destacou que essas potências usam o combate ao desmatamento como desculpa para promover o protecionismo econômico. Essa declaração foi feita durante seu discurso na V Cúpula de Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), em um contexto de tensões com os Estados Unidos, que recentemente impuseram tarifas elevadas sobre produtos brasileiros e sancionaram membros do Supremo Tribunal Federal e do governo brasileiro, alegando suposta perseguição a Jair Bolsonaro, aliado do ex-presidente Donald Trump.

“Países ricos acusam continuamente o Brasil de negligenciar a proteção da floresta. Os maiores poluidores do mundo tentam impor regras que não nos beneficiam, utilizando o discurso ambiental para justificar práticas protecionistas e o combate ao crime para invadir nossa soberania,” ressaltou o presidente brasileiro.

Os Estados Unidos também posicionaram forças militares próximas à Venezuela, citando como motivo o combate ao tráfico de drogas na América Latina. Como resposta, o presidente venezuelano Nicolás Maduro convocou milhões de milicianos para proteger o país contra possíveis ações norte-americanas.

Paralelamente, o Brasil enfrenta desafios nas negociações entre Mercosul e União Europeia, especialmente devido a preocupações de agricultores franceses sobre práticas ambientais no agronegócio brasileiro.

Durante seu pronunciamento, Lula reafirmou a importância do multilateralismo como caminho para enfrentar os desafios climáticos globais. Segundo ele, os líderes mundiais precisam demonstrar seu compromisso real com o futuro do planeta, pois não há solução individual para a crise climática, apenas esforços coordenados e coletivos serão eficazes.